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GRI G4-1

Transformar a relação das pessoas com a energia, para um mundo sustentável. Impulsionada por essa visão, a ENGIE Brasil Energia chegou ao final de 2016 celebrando avanços conquistados em meio a um cenário desafiador. Em um ano marcado, no Brasil, por instabilidade política e recessão econômica, a Companhia deu continuidade ao processo de integração estratégica proposto por sua controladora, a ENGIE.

Como parte desse processo, adotou em 2016 um novo nome e, por consequência, uma nova marca. Iniciativa ousada e simbólica, que representa sua adequação às mudanças estruturais vivenciadas pelo setor de energia em todo o mundo. Mudanças que influenciam tanto a geração quanto o consumo, caracterizando a chamada transição energética, que desenha o futuro do setor a partir de três eixos fundamentais: descarbonização, descentralização e digitalização.

Ciente das oportunidades decorrentes dessas transformações, a ENGIE Brasil Energia desafiou-se a manter e a aprimorar as atividades de geração centralizada e comercialização de energia — empreendidas com sucesso desde o início de sua atuação no País —, ao mesmo tempo em que adapta sua estrutura e sua cultura organizacional. A adaptação tem como principal objetivo alcançar e desenvolver novos mercados, se aproximando mais de clientes e consumidores, por meio da sinergia entre produtos e serviços.

Atualizada em 2016, a missão da Companhia transmite com precisão o que almejamos: “Oferecer soluções inovadoras e sustentáveis em energia e serviços para pessoas, empresas e cidades”.Foi com esse olhar, alinhado ao novo momento dos negócios, que realizamos, em julho, a sucessão na presidência da ENGIE Brasil Energia, em total conformidade com o planejado. Nesse contexto, obtivemos resultados importantes, que sinalizam a capacidade de conexão da Companhia com o futuro e reiteram a resiliência construída ao longo de sua trajetória.

Obtivemos resultados importantes, que sinalizam a capacidade de conexão da Companhia com o futuro e reiteram a resiliência construída ao longo de sua trajetória.

No âmbito econômico-financeiro, registramos incremento de 3,1% no lucro líquido, que atingiu R$ 1.548 milhões em 2016, os quais, após ajustes para fins de distribuição de dividendos, serão integralmente distribuídos aos acionistas da Companhia, ratificado pela Assembleia Geral Ordinária. Apesar da desaceleração da economia brasileira no período, a margem Ebitda avançou 1,5 p.p., passando de 47,8% em 2015 para 49,3% em 2016. Esse desempenho se deve, essencialmente, à combinação do efeito da estratégia de contratação de longo prazo da Companhia – que lhe garantiu a sustentação da receita de vendas ante à crítica situação da economia –, ao baixo endividamento líquido no decorrer do ano, à redução do consumo de combustível para geração de energia — em virtude do menor despacho termelétrico —, ao declínio no volume de compras de energia para revenda e reconhecimento de redução de valor recuperávelde ativos ligados à termogeração. Cabe ressaltar que o Fator de Ajuste da Energia Assegurada (GSF - Generation Scaling Factor) continuou afetando os resultados da Companhia. Isso se deve, entre outros fatores, à entrada de capacidade comercial de novas usinas no Mecanismo de Realocação de Energia (MRE) sem a respectiva capacidade de escoamento, à redução da carga e da geração térmica para recuperação dos reservatórios, e ao atendimento do submercado Nordeste por razões de restrição do intercâmbio com outros submercados.

A fim de responder de forma mais eficiente aos desafios atuais e futuros da Companhia, aperfeiçoamos nossa estrutura organizacional, remodelando áreas e equipes. Exemplo disso se deu na Diretoria de Estratégia e Regulação, que passou a agregar atividades focadas em assegurar o avanço sinérgico entre nossos objetivos corporativos e a geração de soluções inovadoras em energia. Nessa nova estrutura, ações que envolvem Pesquisa e Desenvolvimento e Tecnologia da Informação e Digitalização de nossos produtos e processos ganham cada vez mais relevância.

Em 2016, vivenciamos a inovação na prática, com a inauguração, em Florianópolis (SC), do Centro de Operação da Geração (COG), estrutura que permite controlar usinas da Companhia de forma automatizada e remota. Assim, com base em Santa Catarina, passamos a operar três empreendimentos localizados no Centro-Oeste: a Usina Hidrelétrica Ponte de Pedra e as Pequenas Centrais Hidrelétricas José Gelázio da Rocha e Rondonópolis. A expectativa é de que nos próximos anos outras usinas passem a ser controladas via COG, reforçando a automação de processos internos, com vistas à inovação e à redução de custos.

Em outra frente, alinhada à estratégia de descentralização, a ENGIE Brasil Energia ingressou no mercado de geração distribuída ao adquirir 50% do capital da GD Brasil Energia Solar S/A, criando, assim, a ENGIE Geração Solar Distribuída, uma das líderes do segmento no Brasil. Por meio dessa nova controlada, foi firmado, em novembro, um acordo com a distribuidora de energia catarinense para instalação de sistemas fotovoltaicos em mil residências do estado. O projeto será viabilizado por um programa que prevê o subsídio, pela distribuidora, de parte do investimento que caberia ao consumidor. Essa ação representa mais um passo importante da Companhia em direção à vanguarda no segmento de geração distribuída fotovoltaica.

Ao buscar maior aproximação com os clientes, exploramos ainda mais as oportunidades no mercado livre, ampliando o número de contratos, pulverizados entre empresas de diferentes portes e setores. Como resultado, 83 novos contratos foram agregados à carteira de clientes livres, o que representa um incremento de 36,4% em relação a 2015.

Outro marco do Grupo ENGIE no Brasil foi a inauguração, em dezembro, da Usina Hidrelétrica de Jirau, localizada no Rio Madeira, em Rondônia. Maior projeto hidrelétrico desenvolvido pela ENGIE no mundo, o empreendimento tem capacidade instalada total de 3.750 MW e produzirá energia equivalente ao consumo de cerca de 10 milhões de residências. A ENGIE Brasil Participações, controladora da ENGIE Brasil Energia, possui 40% de participação no empreendimento. O processo da potencial transferência dessa participação para a Companhia está previsto para iniciar em 2017, em uma operação que contará com o envolvimento do Comitê Especial Independente para Transações com Partes Relacionadas.

Uma conquista significativa relacionada à energia renovável foi o início de operação comercial da Central Eólica Santa Mônica e da Central Eólica Cacimbas, esta parcial, ambas localizadas em Trairi, no Ceará. A expectativa é de que ainda no primeiro trimestre de 2017 entrem em operação as outras duas centrais que compõem o Complexo, de 97,2 MW de capacidade instalada.

O investimento em fontes complementares reafirma o compromisso da ENGIE Brasil Energia com a transição energética, fundamental ao desenvolvimento sustentável — especialmente no que se refere ao combate às mudanças do clima e, consequentemente, à necessidade de descarbonização. A decisão de nossa controladora de não mais construir novas usinas a carvão acompanha a consciência global quanto à necessidade de se produzir ainda mais energia, ao mesmo tempo em que se reduzam as emissões de carbono. Trata-se de uma questão de sobrevivência para o planeta e para as gerações futuras.

O compromisso da ENGIE Brasil Energia com o desenvolvimento sustentável se reflete em nossas práticas socioambientais. Motivados pelos resultados conquistados até aqui, demos continuidade à estratégia de implantação de Centros de Cultura e Sustentabilidade nas regiões onde a Companhia atua. Em 2016, foi inaugurado em Concórdia (SC) o quinto desses empreendimentos, que têm por objetivo oferecer atividades culturais e educativas às comunidades locais. Também em 2016 foi criada a Rede, organização que reúne gestores dos Centros em operação e em implantação, com foco na disseminação de boas práticas e na sustentabilidade das ações desenvolvidas.

Rumo ao futuro que emerge, a Companhia seguirá em busca do equilíbrio entre as respostas aos desafios atuais e aos do amanhã, as demandas globais e a realidade local e o crescimento econômico e a sustentabilidade. Seguimos atentos às transformações do mundo e às oportunidades associadas a essa revolução da qual fazemos parte. A ENGIE Brasil Energia está preparada para contribuir, cada vez mais, com a melhoria da relação entre as pessoas e o meio em que nossa sociedade está inserida.

Maurício Stolle Bähr
Presidente do Conselho de Administração

Eduardo Antonio Gori Sattamini
Diretor-Presidente