Modelo de Negócio

Projeto Horizonte 2

O Projeto Horizonte 2, que adicionará mais uma linha de produção na unidade de Três Lagoas, traz as conquistas e os dilemas sociambientais de uma obra de R$ 7,5 bilhões, um dos maiores investimentos privados do Brasil.

O tamanho do desafio

Em março de 2016, os operários do Projeto Horizonte 2 comemoraram a verticalização da primeira coluna metálica da caldeira de recuperação, equipamento fundamental numa indústria de celulose como a Fibria – e um marco nos trabalhos de expansão da companhia em Três Lagoas (MS). Isso mostra que, para conseguir erguê-la, todos os aspectos envolvendo o projeto, como o detalhamento financeiro, de engenharia, de suprimentos e de logística, entre tantos outros, funcionaram a contento.

Um dos maiores investimentos privados do Brasil até 2016, da ordem de R$ 7,5 bilhões, o Projeto Horizonte 2 tem como pano de fundo as conquistas e os dilemas socioambientais de ser uma obra desse porte. Ao mesmo tempo em que gera empregos, distribui renda e aumenta a arrecadação de impostos, o empreendimento desloca milhares de trabalhadores para a região, aumenta o custo de vida local e pressiona os serviços públicos.

R$7,5

bilhões. Um dos maiores investimentos privados do país em execução

3,25

milhões de toneladas/ano será a capacidade total de produção de Três Lagoas

Para enfrentar um desafio proporcional aos números do Projeto Horizonte 2, desde o primeiro passo nos valemos da habilidade da Fibria para o diálogo aberto e transparente. Dessas conversas, surgiram vários projetos multissetoriais, envolvendo a companhia, outras empresas, associações, ONGs, academia e as diferentes esferas de governo. Todas as parcerias têm sido valiosas em nosso processo conjunto de compartilhar aprendizados para lidar com os diferentes impactos sociais, econômicos e ambientais que traz a nossa expansão.

Ao mesmo tempo em que gera empregos, distribui renda e aumenta a arrecadação de impostos, o empreendimento desloca milhares de trabalhadores para a região, aumenta o custo de vida local e pressiona os serviços públicos

1,95

milhão de toneladas/ano de celulose adicional

77%

da execução física da obra concluída em 2016

Grandes momentos

Acompanhe os marcos do projeto em 2016.

Fevereiro

  • Compra do Viveiro 

Março

  • Lançamento do Programa de Apoio à Gestão Pública (PAGP) 

  • Início da montagem das estruturas metálicas da caldeira  

  • Inauguração do escritório de obras  

  • Início do funcionamento do refeitório  

  • Término da terraplenagem do viveiro  

  • Término do aterro sanitário 

Abril

  • Lançamento do programa Agente do Bem 

  • Montagem do primeiro pilar da estrutura de tubulação da fábrica  

  • Chegada do primeiro equipamento à obra (tanque da caldeira)  

  • Início da montagem de pilares dos prédios na área da extratora de celulose  

  • Montagem das primeiras colunas do jardim clonal do viveiro 

  • Aquisição de vagões e locomotivas  

Maio

  • Içamento do primeiro módulo da estrutura de tubulação da fábrica 

  • Término da base da chaminé  

  • Anúncio do aumento da capacidade produtiva do Projeto Horizonte 2, de 1,75 para 1,95 milhão de toneladas de celulose ao ano 

Junho

  • Oficinas do programa Agente do Bem 

  • Audiências públicas do Plano Diretor Participativo em Brasilândia e em Três Lagoas referentes ao Programa de Apoio à Gestão Pública  

  • Montagem do primeiro equipamento do projeto  

  • Início da instalação dos dutos de ar condicionado nas salas elétricas  

  • Comemoração dos recordes sem acidente de trabalho 

Julho

  • Encontro com empresários de Mato Grosso do Sul para fomentar a cadeia de fornecedores do estado  

  • Parceria com o Senai para capacitação e formação de operadores e mecânicos de máquinas florestais  

  • Início da montagem eletromecânica, com destaque para digestor, torre de branqueamento na linha de fibras e tanques na caustificação  

  • Início da concretagem da chaminé  

  • Montagem das paredes pré-moldadas do tanque da Estação de Tratamento de Água  

  • Início do processo de execução da engenharia no Terminal Portuário, em Santos (SP) 

Agosto

  • Contratação e início da mobilização para as obras do Plano Básico Ambiental nos municípios de Três Lagoas, Brasilândia e Selvíria  

  • Aprovação dos projetos de sustentabilidade para o subcrédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)  

  • Início da montagem dos transportadores, dos picadores e da mesa de alimentação no pátio de madeiras  

  • Última fase da construção da estrutura metálica da caldeira  

  • Finalização da concretagem da chaminé 

Outubro

  • Lançamento da campanha Agente do Bem 

  • Içamento do primeiro segmento do forno de cal 2 

Novembro

  • Recebimento da coluna central da pilha de cavacos 

  • Início da montagem interna do primeiro dos sete evaporadores 

  • Início da montagem do digestor 

Dezembro

  • Posicionamento da turbina para geração de energia elétrica 

  • Posicionamento do primeiro filtro lavador de celulose 

  • Início do funcionamento da subestação primária de energia elétrica de alta tensão 

  • Início da construção do terminal intermodal em Aparecida do Taboado (MS)  

  • Conclusão de 100% das intervenções do Projeto Horizonte 2 na parada geral da fábrica, em que atividades como energia elétrica, água, efluentes e vapor da linha 2 foram conectadas à linha 1  

Transformação social

A atuação responsável da Fibria levou à criação do Movimento Agente do Bem e à adoção do Programa de Apoio à Gestão Pública (PAGP). Mas há também uma série de iniciativas decorrentes dos compromissos da Fibria atrelados à licença para realizar o Projeto Horizonte 2. São ações sociais e ambientais mitigatórias, priorizadas pela comunidade e por representantes dos governos municipal e estadual, nas quais estamos investindo um total de R$ 8,1 milhões. O valor destina-se à reforma de escolas, hospitais e creches e à compra de viaturas para a polícia e ambulâncias, entre outros projetos, em Três Lagoas, Brasilândia e Selvíria, cidades que compõem o raio de nossa atuação. Mais benefícios para esses munícipios, como programas odontológicos, de educação para jovens e adultos, artesanato, produção de mel e iniciativas de geração de renda, estão vinculados à linha de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e equivalem a um investimento total de R$ 11,5 milhões.  

Plano de Sustentabilidade Indígena Ofayé, em Três Lagoas (MS).<br>Foto: Márcio Schimming.Plano de Sustentabilidade Indígena Ofayé, em Três Lagoas (MS).
Foto: Márcio Schimming.
Plano de Sustentabilidade Indígena Ofayé, em Três Lagoas (MS).<br>Foto: Márcio Schimming.Plano de Sustentabilidade Indígena Ofayé, em Três Lagoas (MS).
Foto: Márcio Schimming.
Programa PDRT no Assentamento 20 de março, em Três Lagoas (MS).<br>Foto: Márcio Schimming.Programa PDRT no Assentamento 20 de março, em Três Lagoas (MS).
Foto: Márcio Schimming.
Programa Sorriso Saudável no Assentamento 20 de março, em Três Lagoas (MS).<br>Foto: Márcio Schimming.Programa Sorriso Saudável no Assentamento 20 de março, em Três Lagoas (MS).
Foto: Márcio Schimming.
Produtores do Viveiro Comunitário Jairo Cesário Magalhães no<br>Programa ReDes, no Assentamento 20 de Março, em Três Lagoas (MS).<br>Foto: Márcio Schimming.Produtores do Viveiro Comunitário Jairo Cesário Magalhães no
Programa ReDes, no Assentamento 20 de Março, em Três Lagoas (MS).
Foto: Márcio Schimming.
Plano de Sustentabilidade Indígena Ofayé, em Três Lagoas (MS).<br>Foto: Márcio Schimming.Plano de Sustentabilidade Indígena Ofayé, em Três Lagoas (MS).
Foto: Márcio Schimming.
Plano de Sustentabilidade Indígena Ofayé, em Três Lagoas (MS).<br>Foto: Márcio Schimming.Plano de Sustentabilidade Indígena Ofayé, em Três Lagoas (MS).
Foto: Márcio Schimming.

Agente do Bem

Evitar e mitigar possíveis impactos sociais causados pelo Projeto Horizonte 2 é assunto de permanente atenção da Fibria. O Movimento Agente do Bem, importante iniciativa de orientação e apoio à comunidade, foi desenvolvido em 2016 com o objetivo de proteger de forma preventiva as crianças e os adolescentes contra todos os tipos de violência, em especial a sexual, bem como apoiar a articulação da Rede de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente de Três Lagoas (MS).

O passo inicial foi identificar programas, serviços e ações já existentes que pudessem somar esforços ao Agente do Bem. Realizado o diagnóstico, o movimento articulou e integrou outros atores, criando um objetivo comum e uma rede de mobilização para enfrentar a causa.

O Agente do Bem propõe iniciativas divididas em dois grandes grupos:

No canteiro de obras

(resultados alcançados de maio a dezembro de 2016)

  • 1.518 oficinas para funcionários, sobre temas como cidadania, saúde, família, drogas e álcool; 

  • 25.784 trabalhadores participaram das oficinas; 

  • 585 caminhoneiros sensibilizados; 

  • 17 multiplicadores treinados para atuar nas áreas de segurança, saúde, central de serviços, comunicação e assistência social.

Na comunidade

  • desenvolvimento e aprovação de campanha para sensibilizar a comunidade e orientá-la sobre como denunciar qualquer tipo de violência contra crianças e adolescentes. Será veiculada a partir de março de 2017, em outdoors, rádios e cartazes; 

  • apoio na reciclagem de conhecimento dos participantes do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente, que articula e integra diferentes serviços de promoção, defesa e controle, no estado e no país. Também está previsto apoio na elaboração do Plano Municipal Decenal (10 anos), considerando os resultados do diagnóstico validado com a rede;

  • em 2016, realizamos quatro módulos de capacitação, para todos os membros da rede de mobilização. 

Apoio à Gestão Pública

O Programa de Apoio à Gestão Pública (PAGP) é uma iniciativa plural, apartidária, conduzida de forma participativa pela sociedade e que tem por objetivo apoiar tecnicamente as prefeituras de municípios brasileiros na elaboração de projetos de modernização de gestão pública e ordenamento territorial, articulando parcerias de forma transparente e com participação popular.

A Fibria se uniu a instituições nacionais e internacionais para patrocinar a iniciativa em Brasilândia (MS) e Três Lagoas (MS), como o Instituto Votorantim (que possui a metodologia Apoio à Gestão Pública — AGP), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), por meio da metodologia CES (Programa Cidades Emergentes e Sustentáveis), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Instituto Arapyaú, além das prefeituras dos municípios participantes.

Em Brasilândia, apoiamos a construção do primeiro Plano Diretor Participativo do município. Foram realizadas duas audiências públicas e seis reuniões em bairros e com grupos específicos, como comerciantes e proprietários de terra, até que a proposta pudesse ser aprovada pela Câmara de Vereadores e transformada na lei 2.658/16, em 1.o de dezembro de 2016.

Em Três Lagoas, dois projetos caminharam paralelamente: a revisão do Plano Diretor Participativo e a elaboração do Plano de Ação Três Lagoas Sustentável. Ambos são desenvolvidos por meio de seminários, workshops e audiências públicas. A revisão do Plano Diretor Participativo contou com a mobilização da sociedade civil e foi aprovada pela Câmara de Vereadores e transformada na Lei 3211/16, em 6 de dezembro de 2016.

O Plano de Ação Três Lagoas Sustentável é conduzido pelo CES e considera quatro dimensões: sustentabilidade ambiental e mudanças do clima, sustentabilidade urbana, sustentabilidade fiscal e governança, e competividade da economia. Técnicos realizaram um mapeamento dos temas mais críticos da cidade, a partir de estudos e consulta à sociedade, e trabalharam em sugestões para o crescimento sustentável. Ao fim do diagnóstico, seis temas prioritários foram apresentados, em três linhas estratégicas de atuação, que se desdobram em 92 ações. Como parte do monitoramento cidadão, foi criado um grupo de coordenação, formado por representantes de 31 instituições da cidade, para contribuir na elaboração do documento e acompanhar a implementação do planejamento municipal.

PAGP

O PAGP traz inúmeros benefícios socioambientais e atende aos objetivos de relacionamento da Fibria com parceiros, agentes do governo e a sociedade:

  • qualifica o diálogo com a esfera pública e, assim, fortalece a postura de transparência e os valores da companhia; 

  • estimula e promove o compromisso do poder público com o desenvolvimento sustentável e as boas práticas de governança pública;

  • contribui para a criação de políticas públicas e marcos regulatórios claros que tragam segurança jurídica para o desenvolvimento de negócios e da sociedade de maneira sustentável. 

R$8,1 milhões

investidos em ações socioambientais, atreladas à licença

1.518

oficinas para funcionários, sobre temas como cidadania, saúde, família, drogas e álcool

R$450 milhões

de arrecadação de impostos são previstos durante a obra

Apoio aos trabalhadores

Critérios de contratação e de serviços foram estabelecidos com o objetivo de apoiar os empregados da Fibria e funcionários terceirizados durante o período da obra, além de movimentar a economia da região e mitigar riscos associados à construção. Entre os principais estão:

Contratações

Acordo com a prefeitura de Três Lagoas prevê a contratação, preferencialmente, de mão de obra do município. Todos os fornecedores foram orientados a privilegiar a contratação de mão de obra local, respeitados os requisitos técnicos de cada cargo, ajudando a fomentar a economia local.

Assistência médica

Todos os empregados devem ter plano de saúde ou convênio médico hospitalar. No caso dos terceirizados, a responsabilidade é da empresa contratada. Para facilitar esse processo, a Fibria estabeleceu um acordo com um hospital privado de Três Lagoas para atendimento aos fornecedores que optarem por esse plano.

8.283

profissionais trabalharam simultaneamente no pico da obra, em dezembro de 2016

Hospedagem e alimentação

Os operários que vêm de outras localidades são acomodados em unidades de hospedagem, tais como residenciais, hotéis e pousadas já existentes em Três Lagoas, seguindo critérios definidos pela Fibria para assegurar a qualidade da estadia. No refeitório, construído exclusivamente para os trabalhadores do Projeto Horizonte 2, oferecemos refeições para esse grande contingente, cerca de 8 mil pessoas no auge de trabalhos na obra, entre dezembro de 2016 e abril de 2017. Além disso, parte dos alimentos é fornecida pelos projetos de geração de renda apoiados pela empresa na região.

Central de serviços

Alocado na obra, um grupo de apoio supervisiona temas como alimentação, transporte, segurança, assistência médica e desmobilização de equipes, além de vistoriar as hospedagens que atendem o projeto.

Equipe Fibria

Criou-se um ambiente de desenvolvimento para todas as pessoas da empresa. Com base nos perfis necessários e na avaliação de desempenho, empregados foram convidados para compor a equipe de Horizonte 2. Essas pessoas, ao serem movimentadas, abriram oportunidades de crescimento para os demais empregados.
Funcionários do Projeto Horizonte 2 em Três Lagoas (MS).<br>Foto: Márcio Schimming.Funcionários do Projeto Horizonte 2 em Três Lagoas (MS).
Foto: Márcio Schimming.

13.392.088

equivalente a 17.767 profissionais, são as horas-homem-trabalhadas (HHT) desde o início do projeto

890.000

horas de treinamento em capacitação e formação de profissionais especializados

Conquistar profissionais

O maior desafio da Fibria em desenvolvimento de pessoas tem sido contratar empregados próprios para a nova linha de Três Lagoas (MS), uma região de forte concorrência por mão de obra qualificada. Em 2016, porém, conseguimos transformar o obstáculo em oportunidade ao treinar e contratar profissionais da cidade e arredores.

Nivaldo Serrão Pereira, operador na área de enfardamento em Três Lagoas (MS).<br>Foto: Márcio Schimming.Nivaldo Serrão Pereira, operador na área de enfardamento em Três Lagoas (MS).
Foto: Márcio Schimming.

Com a conclusão do Projeto Horizonte 2, planejamos contratar em torno de 3 mil empregados, entre próprios e terceiros, para atuar na nova operação da Fibria. Desse contingente, 988 pessoas serão colaboradores próprios, sendo que 144 vão se dedicar à operação industrial e 844 estarão na operação florestal. Entendemos que deveria existir uma mescla de profissionais experientes e profissionais ainda em início de carreira, provenientes da comunidade local. Para a contratação desses novos profissionais, desenvolvemos, em parceria com o Senai, cursos de capacitação e oferecemos vagas de qualificação profissional aos interessados.

3 mil

postos de trabalho estarão criados quando a nova linha entrar em operação

100

vagas de estágio foram abertas na operação industrial

Com a conclusão do Projeto Horizonte 2, planejamos contratar em torno de 3 mil empregados, entre próprios e terceiros.

Na operação industrial, foram abertas 100 vagas de estágio, focado no desenvolvimento de pessoas da comunidade de Três Lagoas. Ao fim do programa, contratamos 63 empregados que se destacaram nas avaliações técnicas e comportamentais. Para as posições que requerem experiência, buscamos profissionais das nossas outras unidades e também no mercado de trabalho. Na operação florestal, a extensão de área de plantio faz com que precisemos de profissionais em Brasilândia, Água Clara e Três Lagoas, as localidades onde vamos operar. Até dezembro de 2017, teremos todos os profissionais contratados.

Programas de Desenvolvimento em Parceria com o Senai

INFORMAÇÕESINDÚSTRIAFLORESTA
ProgramasPós-técnicoPrograma de Qualificação de Operadores e Mecânicos Florestais
Total de vagas na unidade100634
Total de candidatos inscritos9983.099 (até 12/2016)
Total de alunos treinados98196 (até 12/2016)
Total de alunos selecionados63646 (62 até 01/17)
Duração dos cursos- 3,5 meses- 2 meses — operadores
- 3,5 meses — mecânicos
Valor da bolsaR$ 1.500,00 R$ 1.100,00
Função- Operador assistente área
- Técnico assistente manutenção
- Operador de máquinas trainee
- Mecânico de máquina trainee

Padrão de segurança

A gestão de saúde, segurança e meio ambiente no Projeto Horizonte 2 obedece às mesmas diretrizes da Fibria. O desafio, em Três Lagoas (MS), é garantir o nosso padrão para um contingente, ao longo de todas as etapas da obra, de aproximadamente 40 mil pessoas – considerando toda a cadeia de fornecedores/executores do projeto. Para essa finalidade, constituímos um time de 52 profissionais, entre engenheiros de segurança, médicos do trabalho, técnicos em segurança, enfermeiros, técnicos em enfermagem, técnicos em meio ambiente e equipe administrativa.

Os resultados mostram a efetividade das medidas:

  • o Projeto Horizonte 2, até a última medição, em dezembro de 2016, registrava uma taxa de frequência de 5,82 acidentes reportáveis para cada milhão de horas-homem-trabalhadas (HHT). De acordo com o benchmarking de indicadores de segurança realizado pela OSHA-USA* para projetos que associam construção civil e eletromecânica pesadas e que envolvam acima de mil operários no canteiro de obras, o índice médio da taxa de frequência de acidentes reportáveis das empresas americanas estaria na casa de 7 acidentes para cada milhão de horas-homem-trabalhadas (HHT), ou seja, um desempenho pior do que o obtido pela Fibria em Três Lagoas (MS);
  • se considerarmos somente a taxa de frequência de acidentes com afastamento para o mesmo período, o índice do Projeto Horizonte 2 seria de 0,37 acidente para cada milhão de horas-homem trabalhadas (HHT).

* OSHA-USA – Occupational Safety and Health Administration, agência federal dos EUA para a gestão de segurança e saúde.
Fonte: benchmarking da OSHA-USA para indicadores de segurança.
Indicadores calculados por 200.000 HHT.

Canteiro de obras da Fibria em Três Lagoas (MS).<br>Foto: Márcio SchimmingCanteiro de obras da Fibria em Três Lagoas (MS).
Foto: Márcio Schimming
Considerando toda a cadeia de fornecedores, o projeto contou com aproximadamente 40 mil pessoas, ao longo de todas as etapas da obra.

Parceiros na Plantação

Quando a nova linha de produção da Fibria em Três Lagoas estiver em operação, no segundo semestre de 2017, 1,95 milhão de toneladas adicionais de celulose serão colocadas no mercado. A Fibria estará plantando e colhendo cerca de cinco árvores de eucalipto por segundo, com o desafio de manter qualidade, prazos e custo na entrega total de 7 milhões de toneladas de celulose ao ano.

Para produzir mais 6 milhões de m³ de madeira ao ano, destinados a Três Lagoas, 187 mil hectares de florestas plantadas em áreas próprias, arrendamentos ou de parcerias, além da compra de madeira de terceiros, serão necessários para abastecer a nova fábrica. Essas alianças garantem o fornecimento da Fibria e geram benefícios econômicos e de transferência de tecnologia para os parceiros. Atualmente, já temos 150 mil hectares plantados ou sob contratos de plantio. Os 37 mil hectares restantes serão plantados em 2017 e 2018.

Alianças com produtores de madeira garantem o fornecimento da Fibria e geram benefícios econômicos e de transferência de tecnologia para os parceiros.

O Projeto Horizonte 2 também contará com sofisticadas soluções tecnológicas, que vão nos garantir redução no consumo de químicos e maximizar a geração de energia elétrica, entre outros benefícios. Estamos incrementando a produção sem aumentar o impacto no meio ambiente. É isso que nos garante a licença ambiental para operar.

Plantação de eucalipto em Três Lagoas (MS).<br>Foto: Márcio Schimming.Plantação de eucalipto em Três Lagoas (MS).
Foto: Márcio Schimming.

187 mil

hectares de florestas plantadas

Viveiro Automatizado

Em 2017, a Fibria terá em Três Lagoas (MS) o primeiro viveiro de mudas de eucalipto automatizado do setor florestal no mundo, com aplicação de tecnologia holandesa utilizada em floricultura, capaz de produzir 43 milhões de mudas ao ano (cerca de 11,5 mil ao dia). Além de evitar perdas e preservar a integridade das mudas, o novo viveiro seguirá conceitos de sustentabilidade, como redução de resíduos e de impacto ambiental, com a substituição dos antigos tubetes de plástico das bandejas de produção de mudas por materiais mais modernos, feitos de papel biodegradável.

43

milhões de mudas ao ano (cerca de 11,5 mil ao dia) é a produção do viveiro automatizado

Tecnologia
O viveiro automatizado aplica tecnologia holandesa utilizada em floricultura.

Nossa decisão de operar com solução de ponta está atrelada ao volume de produção, ao custo produtivo do milheiro, que é 35% menor do que o custo médio de nossos demais viveiros, e às condições econômicas e sociais da região onde o viveiro está instalado. Em Três Lagoas, uma das cidades que mais crescem no país, é cada vez mais acirrada a concorrência por profissionais qualificados. Em decorrência da tecnologia envolvida, essa fábrica de mudas vai conseguir operar com número 47% menor de empregados. Porém, temos a oportunidade de manter nossa equipe já treinada e ainda abrir postos de trabalho, já que a produção de mudas será quatro vezes maior do que a atual.

Numa realidade em que a oferta de trabalho é escassa e podemos formar pessoas, optamos por sistemas manuais de produção, como no caso do viveiro de Helvécia, no sul da Bahia. A Fibria procura adotar alternativas de desenvolvimento local conforme o contexto em que está inserida.  

Gestão Ambiental

Além de produzir e consumir a própria energia, Horizonte 2 vai contribuir para o balanço energético brasileiro ao entregar continuamente o excedente de 130 MWh. Energia é um subproduto de alto valor agregado, e sua geração é tão relevante no retorno econômico do projeto quanto a venda de celulose.

Todo o volume de água necessário para a operação será proveniente do Rio Paraná. A previsão é que o projeto Horizonte 2 capte até 30 m³/tsa, que se enquadra como referência para projetos ecoeficientes.

Hoje, 35% dos resíduos da linha 1 são dispostos em aterros industriais. Do site completo (linhas 1 e 2) serão 15%, pois teremos capacidade de destinar um volume maior de resíduos para a queima na caldeira de força, atendendo à meta de longo prazo (2025) para a redução de disposição de resíduos sólidos industriais em aterro. Além de corretivo de acidez do solo, continuam os estudos para agregar resíduos orgânicos à obtenção de produtos organominerais com alto valor agronômico para utilização nas áreas de silvicultura da Fibria, com o excedente sendo comercializado no mercado agrícola em geral.

130 MWh

é o excedente que será entregue continuamente para o balanço energético brasileiro

Com a ampliação de Três Lagoas (MS), a Fibria tem a oportunidade de inovar também no maior controle de emissões de odor. Em 2016, fomos à Finlândia – país benchmark na fabricação de tecnologias de oxidação de gases em flare – para conhecer e comprar equipamentos de última geração.

Infográfico

Horizonte 2

Escoamento da Produção

As obras de expansão de Três Lagoas (MS) representam um grande desafio de logística para a companhia, que precisa estar plenamente equacionado até o segundo semestre de 2017, antes de o Projeto Horizonte 2 ser concluído. No total, a unidade fabricará 3,250 milhões de toneladas de celulose ao ano, ou seja, 1,950 milhão de toneladas adicionais.

Para escoar com segurança esse grande volume de produção, algumas soluções estão sendo desenhadas e implementadas. Entre elas, a expansão do Terminal de Macuco, no Porto de Santos (SP), de onde seguirá a carga total de celulose com destino aos nossos clientes na Europa e na Ásia.

A produção da linha 1 de Três Lagoas continuará sendo transportada pelo terminal ferroviário de Jupiá, situado a 30 km da fábrica. O terminal opera com bitolas métricas e, por isso, não comportaria todo o volume produzido pela unidade. A produção da linha 2 partirá dos trilhos de bitola larga de Aparecida do Taboado (MS), localizada a 150 km de Três Lagoas, onde já estamos construindo um novo terminal multimodal. Nos dois casos, nosso contrato de operação é com a ALL (América Latina Logística).

Contorno Rodoviário de Três Lagoas

A Fibria, em parceria com outra empresa do setor e o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), está trabalhando para reduzir o impacto do fluxo intenso de veículos causado pelo crescente investimento em Três Lagoas (MS) nos últimos anos. Uma das principais rotas de passagem do transporte rodoviário pela cidade é a Avenida Ranulpho Marques Leal, um trecho da rodovia BR-262 que passa por dentro do município.

As duas empresas assinaram um termo de cooperação e, juntas, vão investir R$ 3 milhões na elaboração do projeto executivo para a construção de um contorno rodoviário em Três Lagoas, cujo objetivo é deslocar o tráfego pesado para vias marginais. O estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental, e o termo de referência, ambos sob os cuidados do DNIT, vão estabelecer os padrões técnicos e as rotas necessárias para o desenvolvimento do projeto.

De posse do projeto executivo, o DNIT ficará responsável por iniciar o processo de licitação pública do empreendimento. A obra e os recursos necessários para realizá-la serão responsabilidade do DNIT e do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul.

Diálogo em Jupiá

Em 2009, a Fibria iniciou suas operações de escoamento da celulose produzida em Três Lagoas (MS) pelo terminal ferroviário de Jupiá (MS), localizado próximo de uma comunidade de pescadores, com cerca de 1.500 habitantes, onde mantemos um entreposto.

A partir dessa época, nos aproximamos da comunidade por meio do diálogo aberto e de um estreitamento no relacionamento. Desde 2011, apoiamos projetos de promoção cultural (artes plásticas e música), adequação de um entreposto de pesca e obras de infraestrutura para a comunidade, como passarela e melhorias de acesso, contribuindo para a qualidade de vida das famílias e minimizando o impacto das operações.

Em 2016, formalizamos um processo de diálogo operacional na comunidade, com reuniões quinzenais, para tratar do transporte de celulose e zeramos o número de protestos e reclamações. Além disso, a Fibria articulou a participação de outras empresas da região nesse diálogo. Por meio do Projeto Horizonte 2, vamos fortalecer os projetos sociais na comunidade em 2017.

Ganhos do Pentatrem

De posse de todas as licenças e aprovações de projeto feitas em 2016, a Fibria inicia a construção de um túnel em Três Lagoas (MS) que possibilitará o tráfego de 23 caminhões especiais que trafegam com cinco reboques, chamados de Pentatrem, para transporte de madeira da floresta até a nova fábrica.

Por ser um caminhão com cinco composições, está autorizado a trafegar somente em estradas de terra e internas da empresa. Daí a necessidade de se construir um túnel de apoio. Sua capacidade média de carga é de 102 m³ (um modelo convencional transporta 54 m³) e traz vários benefícios econômicos e socioambientais.

O Pentatrem diminui a pressão sobre as rodovias do estado de Mato Grosso, pois deixaremos de utilizar 45 caminhões comuns por dia. Outro ganho relevante é em eficiência energética. Reduziremos 19% do consumo de combustível por m³ produzido e a mesma proporção de emissão de gases de efeito estufa. Por fim, haverá uma redução do custo de logística da madeira na ordem de 11% em relação ao atual. As operações com o Pentatrem terão início em agosto de 2017.  

Sustentabilidade na Cadeia de Valor

No auge de sua construção, em dezembro de 2016, Horizonte 2 chegou a ter mais de 8 mil trabalhadores em atividade diariamente. A fim de criar mecanismos para identificar e evitar riscos na obra, organizamos o Grupo de Trabalho Sustentabilidade e Compliance, que reúne os principais fornecedores da obra e representantes da Fibria diretamente envolvidos no projeto, com prestação de contas na reunião trimestral de Análise Crítica do Projeto (ACP).

Os participantes são os responsáveis pelas frentes de compliance, sustentabilidade e meio ambiente dos parceiros e dos representantes da Fibria no Projeto Horizonte 2.

O grupo se reúne desde dezembro de 2015 com o objetivo de mapear os riscos socioambientais e de compliance e priorizar os planos de ação para mitigá-los. Subgrupos temáticos envolvendo todos os fornecedores foram criados. São eles:

Riscos sociais

Avalia mão de obra, riscos na operação e impactos em comunidades vizinhas, relacionados, por exemplo, ao transporte na obra. 

Riscos ambientais

Verifica disposição de resíduos, biodiversidade, compliance ambiental, energia e emissões, e água. 

Riscos de compliance

Dedicado a temas de regulamentação e riscos de imagem e reputação, defesa ao direito concorrencial e leis anticorrupção. 

Funcionários na obra de expansão de Três Lagoas (MS).<br>Foto: Márcio Schimming.Funcionários na obra de expansão de Três Lagoas (MS).
Foto: Márcio Schimming.

60

grandes fornecedores atuam no projeto

40 mil

novos empregos diretos e indiretos em toda a cadeia de fornecedores, dos grandes equipamentos até o pequeno comércio local, durante a obra

A sustentabilidade na cadeia de suprimentos é também uma busca constante no dia a dia de Horizonte 2. As contratações são realizadas de acordo com os padrões de seleção e homologação de fornecedores da Fibria, com avaliação de compliance e financeira. Alguns exemplos das práticas adotadas na contratação são a declaração das empresas contratadas de aderência e compromisso de cumprimento da política anticorrupção, política de defesa da concorrência, cláusulas específicas de atendimento aos direitos humanos e diligência ao Código de Conduta da Fibria. Monitoramos também a gestão das obrigações dos fornecedores em relação aos seus subcontratados, com ações corretivas e/ou medidas mitigatórias para os casos em que as regras não estejam sendo claramente cumpridas.

Governança em Três Lagoas

Um projeto das dimensões e complexidade de Horizonte 2 demanda da Fibria atenção redobrada em gestão de riscos e compliance. Por isso, ao desenhar a governança do projeto, a Fibria optou pelo modelo já consolidado na empresa, no qual as decisões são tomadas por um colegiado.

Formou-se um comitê chamado Steering Committee (SC), responsável por avaliar, deliberar e suportar as decisões estratégicas e críticas do projeto, alinhado às diretrizes e políticas de governança e às alçadas previamente determinadas e aprovadas pelo Conselho de Administração da Fibria. O comitê é composto de membros da Diretoria da Fibria e um consultor externo, que acompanham os relatórios de progresso físico e financeiro do empreendimento e se reúnem periodicamente com o diretor do projeto para alinhamento e discussão de demandas que necessitem de deliberação.

Foi instaurada a Comissão Master, formada por representantes da Fibria e das empresas com autonomia de decisão para prevenir, eliminar ou mitigar riscos identificados, os quais têm a responsabilidade de remediar quando possível, mapear e avaliar as fragilidades e as oportunidades relativas ao andamento do dia a dia da obra industrial e tomar decisões de acordo com as regras internas e externas da organização. Essa comissão se reúne mensalmente, e sempre que necessário, e suas deliberações são reportadas ao diretor do projeto e ao Steering Committee.

Reuniões trimestrais de Análise Crítica do Projeto (ACP) são realizadas com o objetivo de avaliar periodicamente as estratégias e os pontos críticos, definir ações e deliberações e checar a eficácia em relação aos posicionamentos e objetivos do empreendimento. Garante, ainda, uma análise conjunta da situação do projeto, levantando os dados que sejam relevantes para a informação de todos e dando a oportunidade para que se tomem providências comuns e de benefício geral para a Fibria e seus parceiros. Desse encontro participam a diretoria das empresas envolvidas na obra, os responsáveis por projetos específicos no Projeto Horizonte 2 e a Diretoria e a Presidência da Fibria.

Governança, Gestão de Riscos, Auditoria, Ouvidoria, Controles e Compliance

Criamos também a área de Governança, Gestão de Riscos, Auditoria, Ouvidoria, Controles e Compliance, que responde administrativamente ao diretor do Projeto Horizonte 2 e, de forma independente, ao Comitê de Auditoria Estatutário (CAE), órgão de assessoramento ao Conselho de Administração da Fibria. A equipe é responsável por:

  • realizar auditorias internas conforme cronograma aprovado pelo CAE, que resultam em recomendações aos responsáveis do projeto e/ou da companhia; 

  • criar indicadores de riscos para monitoramento contínuo das fragilidades apontadas nos trabalhos de auditorias. Alguns exemplos: licenças e obrigações em dia, quebra de alçadas, dependência de fornecedores, anticorrupção, conciliação dos adiantamentos versus pedidos de compras versus carta de aceite, gestão de resíduos, entre outros; 

  • realizar encontros trimestrais para atualização dinâmica da matriz de riscos estratégicos do empreendimento e atualização dos planos de ação para os riscos prioritários da obra, dos quais participam os responsáveis da companhia e do projeto; 

  • realizar workshops sistêmicos do comportamento esperado em linha com o Programa de Compliance, dos quais participam todos os integrantes do empreendimento;  

  • implantar o formulário de declaração de conflito de interesses aplicado no ato da contratação de todos os novos empregados;

  • background check de riscos de compliance com avaliação do grau de exposição da Fibria em relação à contratação do fornecedor;

  • a cada três meses, apresentar Relatório de Acompanhamento do Empreendimento para a alta direção da Fibria; 

  • a cada três meses, realizar o Control Self Assessment da carta de controle do empreendimento.