Resultados e perspectivas | Meio ambiente e ecoeficiência
Meio ambiente e ecoeficiência
Uso responsável dos recursos naturais, projetos de eficiência e novas tecnologias são os mecanismos que aplicamos para reduzir nossos impactos ambientais
Para além do bom relacionamento com a sociedade, a Samarco entende que sua licença para operar está relacionada às práticas desenvolvidas para mitigar os impactos do negócio sobre o meio ambiente.
Os investimentos em tecnologias, mudanças de processos e ações de conservação da biodiversidade, entre outros, garantem nossa competitividade, permitem a preservação de recursos naturais essenciais para o meio ambiente, diminuem riscos que podem afetar a continuidade dos negócios e fortalecem nossa reputação, em conexão direta com a estratégia de longo prazo.
Em 2014, nossos investimentos ambientais se concentraram em temas como resíduos, rejeitos, água e emissões de gases de efeito estufa e material particulado. No total, R$ 88,3 milhões foram aplicados em melhorias, equipamentos e programas, excluindo os recursos associados ao Projeto Quarta Pelotização (P4P), que somaram R$ 31,5 milhões.
Outro importante ganho foi a inclusão de critérios ambientais no modelo de remuneração variável da Empresa, contemplando todos os empregados, a fim de estimular práticas responsáveis e engajar o público interno com relação à sustentabilidade. Até o ano anterior, os pilares eram custo, produção e segurança.
Com a entrada do pilar de meio ambiente, desenvolvemos dois grandes indicadores – específicos – associados ao desempenho e à conformidade – para mapear as atividades que possam impactar a bonificação. Em consequência da mudança na remuneração variável, o Programa de Educação Ambiental interno da Samarco trabalhará novos temas a partir de 2015.
Em 2014, também avançamos em metodologias para avaliar alguns riscos e impactos das nossas atividades, como a vazão de barragens, a escassez hídrica e energética e as emissões atmosféricas.
Uso sustentável da água
A atividade de mineração depende do uso de recursos hídricos para sua execução. Não à toa, o tema consta do Mapa Estratégico como um aspecto decisivo para alcançarmos a Visão 2022, com ações focadas em três eixos: assegurar que a água devolvida aos corpos hídricos está com qualidade adequada; diminuir a necessidade de captação de água nova; e ampliar o reúso e a recirculação. Esses são desafios que vamos perseguir para atingir a excelência e contribuir para um uso racional e sustentável da água nos estados em que operamos.
Nossa estratégia de gerenciamento da água é norteada pelo Plano Diretor de Recursos Hídricos (PDRHid), revisado em 2013 já com foco na redução de água nova e em um processo produtivo mais eficiente. Em 2014, aceleramos algumas ações do documento. Uma delas é o desenho do Plano Emergencial de Recursos Hídricos, que apresentará as diretrizes da Samarco em caso de racionamento. Essa iniciativa será finalizada em 2015 e prevê ações específicas para o curto, médio e longo prazos.
Concluímos, em 2014, a estruturação do balanço hídrico dinâmico, com aplicação de equipamentos em pontos não monitorados, com foco na unidade de Germano (MG), onde é captada a água nova da Empresa. Com isso, conseguimos acompanhar os dados de medição de vazão nos pontos de captação e consumo. Em Ubu, foi finalizado o processo de comissionamento do novo ponto de recirculação de água na Vala Sul, bem como o início da operação da Estação de Tratamento da Barragem Norte, que trata a água antes do vertimento para a lagoa de Mãe-Bá.
Atualmente, a Samarco conta com outorgas para captações superficiais em quatro diferentes cursos de água em Minas Gerais – os rios Piracicaba, Matipó, Gualaxo do Norte e Santa Bárbara –, além do barramento de Santarém, totalizando cerca de 4.900 m³/h. Essa quantidade de água está em linha com os volumes suportáveis pela bacia hidrográfica, não trazendo impactos sensíveis na vazão dos rios utilizados.
Entre as práticas adotadas para reduzir nossa pegada hídrica, não captamos água nova para realizar o transporte de recurso mineral até o Espírito Santo – a água utilizada nos processos de concentração é reaproveitada na produção e no transporte da polpa de minério pelos minerodutos.
As plantas industriais da Samarco possuem estações de tratamento e recirculação da água, o que permite um reaproveitamento de aproximadamente 90% do recurso. O restante é tratado, de acordo com os padrões e as exigências legais, e lançado na lagoa de Mãe-Bá, em Anchieta (ES), ou no córrego de Santarém, próximo da unidade de Germano (MG). Cabe destacar que a Samarco não precisa captar água no Espírito Santo; utilizam-se a água que chega pelos minerodutos para o processo industrial e a água de poços para fins de abastecimento de restaurante, copas e banheiros.
Em 2014, cerca de 186 milhões de metros cúbicos de água foram reutilizados pela Empresa. Durante 2014, nosso uso total de água nova foi de 29.560.840,67 m³, 74% acima do registrado no ano anterior. O crescimento se explica pela entrada de Santarém como uma fonte de água nova no processo produtivo, sendo que parte do recurso captado deverá ser como água nova e parte, como água recirculada. Além disso, a entrada em operação do terceiro concentrador causou consumo de água ligeiramente maior no início do P4P, em março e abril.GRI G4-EN8, G4-22, G4-23
O valor das águas superficiais aumentou expressivamente com a entrada da captação de Brumal (Santa Bárbara/MG), hoje a maior fonte de água nova da Empresa, com uma capacidade outorgada de 2.050 m³/h, porém com uma média captada de aproximadamente 1.400 m³/h em 2014.
Nos últimos anos, a Samarco intensificou sua presença nos fóruns de discussão sobre recursos hídricos, com representantes nos comitês das bacias hidrográficas dos rios Doce, Piracicaba e Piranga, em Minas Gerais, e Benevente e Itapemirim, no Espírito Santo. Participando mais ativamente das discussões sobre gerenciamento de recursos hídricos, a Empresa espera contribuir para a formulação de políticas públicas que regulamentem práticas de captação e uso industrial da água.
Lagoa de Mãe-Bá, em Anchieta, Espírito Santo
Total de água retirada por fonte (m³) GRI G4-EN8 | |||
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2014 | 2013 | 2012 | |
Água de superfície (rios, lagos, áreas úmidas, oceanos) | 22.833.866 | 11.154.153,84 | 14.321.640,60 |
Água subterrânea | 6.726.975 | 5.814.007 | 2.558.519 |
Total | 29.560.841 | 16.968.160,84 | 16.880.159,60 |
Discriminação das fontes de captação de água (m³) GRI G4-EN8, G4-23 | |||
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Fonte | 2014 | 2013 | 2012 |
Rio Piracicaba (MG) | 2.834.125 | 3.653.784 | 4.109.626 |
Rio Matipó (MG) | 1.335.193 | 592.737 | 620.452 |
Rio Gualaxo (MG) | 7.465.712 | 6.907.633 | 9.591.563 |
Poços Alegria (MG) | 6.726.975 | 5.814.007 | 2.558.519 |
Rio Brumal (MG) | 8.680.039 | - | - |
Rio Santarém (MG) | 2.518.798 | - | - |
Total | 29.560.841 | 16.968.161 | 16.880.160 |
m³/TMSc² | 1,12 | 0,76 | 0,75 |
Água reciclada e reutilizada GRI G4-EN10 | |||
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2014¹ | 2013 | 2012 | |
Volume total de água reciclada/ reutilizada (m³) | 186.061.148 | 154.256.000 | 158.882.000 |
Índice de recirculação (%) | 86,29 | 90,10 | 90,41 |
¹Premissas: utilização do balanço de Santarém com parte de água nova (2.518.798 m³/ano) e recirculada (22.666.556,87 m³/ano).
Programa Positivo em Água GRI G4-16
Para unir ideias e atitudes que promovam o uso racional de recursos hídricos, a Samarco lançou, no início de 2015, o Programa Positivo em Água, com parcerias com o poder público e instituições em Minas Gerais e no Espírito Santo para desenvolver ações ambientais, sociais e educativas.
Saiba mais sobre o programa emwww.samarco.com/agua.
Redução de impacto GRI G4-EN27
Para mitigar seus impactos no consumo de água, a Samarco, dentro do Programa de Gestão de Recursos Hídricos, destaca duas iniciativas: projeto de balanço hídrico em Germano (cujo escopo foi a implementação de equipamentos de medição de vazão nos principais fluxos de água da Empresa); e projeto Lean Seis Sigma, para reduzir o uso de água nova no Concentrador 1. O projeto Lean Seis Sigma tem capacidade de reduzir em 8,4% o indicador de pegada hídrica.
O cenário hídrico no Brasil
Em 2014, uma crise hídrica se alastrou pelos estados do Rio de Janeiro, de Minas Gerais, de São Paulo e do Espírito Santo. De razões multifatoriais, incluindo a baixa pluviosidade nos períodos comumente chuvosos (antes dos meses de abril e maio), a questão ainda é foco de análises dos pesquisadores, mas aponta para um futuro incerto em relação ao recurso, fruto da pressão populacional e industrial no Sudeste.
Uma possível escassez, além de afetar o consumo de água pela população, pode afetar também a geração de energia, já que a nossa matriz elétrica é baseada na hidreletricidade. Nesse contexto, São Paulo é o estado que apresenta a maior sensibilidade, embora Minas Gerais e Espírito Santo tenham iniciado 2015 com considerável escassez de chuvas.
A preocupação não é apenas no Brasil. A Organização das Nações Unidas (ONU) considera que a água e a energia estão entre os desafios globais mais iminentes. O órgão prevê que, em 2030, a população global vai necessitar de 35% a mais de alimento, 40% a mais de água e 50% a mais de energia, indo além das capacidades atuais de produção e abastecimento.
Uso x consumo
Enquanto o uso se refere à água que é usada nos processos e será posteriormente devolvida aos corpos hídricos, como é o caso da maior parte da água utilizada pela Samarco, o consumo diz respeito ao percentual de água que será efetivamente consumido, sem possibilidade de reutilização imediata ou que é perdido no processo. Por exemplo, na irrigação de lavouras, a água é consumida, não usada. Em 2014, fizemos um esforço para desmistificar ambas as ações e esclarecer a função do recurso hídrico no processo produtivo da Samarco, tanto em termos de atendimento à legislação – captamos menos do que o percentual permitido por lei – quanto em nossas iniciativas internas. Com base no levantamento de dados, comprovamos que nossa captação não afeta as cidades vizinhas da unidade de Germano (MG).
Outorgas hídricas da Samarco | |
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Outorga | Volume outorgado (m³/h) |
Rio Piracicaba | 340 |
Rio Gualaxo do Norte | 1.350 |
Rio Santa Bárbara | 2.048 |
Rio Matipó | 233 |
Barragem Santarém | 1.001 |
Fontes hídricas significativamente afetadas por retirada de água¹ GRI G4-EN9 | ||
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Volume (m³) | Representatividade dentre todas as fontes da Samarco | |
Poços Alegria | 6.726.975 | 23% |
Piracicaba | 2.834.125 | 10% |
Gualaxo | 7.465.712 | 25% |
Brumal | 8.680.039 | 29% |
Matipó | 1.335.193 | 5% |
Santarém | 2.518.798 | 9% |
¹Nenhuma dessas fontes está dentro de área protegida ou com valor de biodiversidade. No entanto, todas possuem importância para as comunidades locais.
Efluentes
Descartamos os efluentes hídricos em locais próximos às operações de nossas unidades industriais. Em Germano (MG), o processo é feito nos córregos Santarém, João Manoel, Macacos e Matipó; já em Ubu, a água descartada é vertida da Barragem Norte para a lagoa de Mãe-Bá, em Anchieta (ES).
Monitoramos a qualidade das águas descartadas nos córregos em Minas Gerais e também no rio Piracicaba, considerando diversos aspectos (avaliação de traços físico-químicos e biológicos, parâmetros de fito e zooplâncton, ictiofauna etc.). Já em Ubu, a lagoa de Mãe-Bá é submetida à análise nos aspectos físico-químico e biológico, considerando 48 parâmetros.
Também monitoramos a diversidade e a ecologia de peixes no local. Dispomos de oito pontos de monitoramento na lagoa, realizando 3 mil análises todos os anos. Em 2013, iniciamos a implantação dos programas do Plano Diretor de Lagoas Costeiras dos municípios de Anchieta e Guarapari. Em 2014, foi realizado o manejo das espécies exóticas, favorecendo a qualidade das lagoas. Além disso, foi realizado o monitoramento da qualidade da água na lagoa de Ubu e a elaboração de duas campanhas voltadas para a conscientização sobre educação ambiental. Para 2015, está previsto o plantio de espécies nativas nas lagoas de Anchieta e Guarapari.
A geração de efluentes em Germano totalizou 6.324.720 m³. Por conta de problemas técnicos no medidor, não reportamos os dados de 2012 e 2013. Em 2014, instalamos uma nova tecnologia de medição, para verificar as vazões vertidas da Barragem de Santarém. Em Ubu, os efluentes alcançaram 6.140.776 m³. O aumento no indicador se relaciona à entrada em operação do P4P. Em 2015, os valores de Ubu deverão aumentar por conta do início das operações da terceira linha do mineroduto.
Em 2014, entregamos a Estação de Tratamento de Efluentes Industriais (Etei) da Barragem Norte, unidade que opera em série, ou seja, recebe o efluente já tratado nas demais estações para mais uma intervenção. O objetivo é garantir a máxima qualidade no efluente, que será vertido para a lagoa de Mãe-Bá. Essa ação está associada às condicionantes do licenciamento ambiental do Projeto Quarta Pelotização (P4P), tendo recebido R$ 6 milhões em investimentos.
Barragem Norte, na unidade de Ubu, em Anchieta
Descarte total de água, discriminado por qualidade e destinação¹ GRI G4-EN22 | ||||
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2012 | Volume (m³) | Tratamento | Qualidade da água e método de tratamento | Destinação |
Barragem Norte (Ubu) | 3.669.896,44 m³ | Tratamento físico químico | Classe 2 segundo a CONAMA 357/2005 | Lagoa de Mãe-Bá |
2013 | Volume (m³) | Tratamento | Qualidade da água e método de tratamento | Destinação |
Barragem Norte (Ubu) | 4.437.541,44 m3 | Tratamento físico químico | Classe 2 segundo a CONAMA 357/2005 | Lagoa de Mãe-Bá |
2014 | Volume (m³) | Tratamento | Qualidade da água e método de tratamento | Destinação |
Barragem Norte (Ubu) | 6.140.776, m³ | Tratamento físico químico | Classe 2 segundo a CONAMA 357/2005 | Lagoa de Mãe-Bá |
Barragem de Santarém (Germano)² | 6.324.720, m³ | Tratamento físico químico | Classe 2 segundo a COPAM nº01 de 5 de maio de 2008 | Córrego de Santarém |
¹ A água não é reutilizada por outras organizações.
² Não houve medição na barragem de Santarém (Germano) em 2012 e 2013. Em 2014, foi utilizada a vazão mínima 722 m³/h no vertimento da barragem.
Clima e energia
Com a entrada em operação do P4P, encerramos 2014 com consumo total de 8.769.528 GJ. O volume é 7,6% abaixo do estimado para o ano, em razão do atraso doramp-up do P4P e de medidas de eficiência diversas. Durante o ano, a taxa de intensidade energética da Samarco foi de 341,93 GJ/tms¹. GRI G4-EN5
Uma das alternativas estudadas pela Samarco é buscar outras tecnologias de geração de energia limpa, considerando que já atuamos com duas unidades hidrelétricas. Essas usinas foram responsáveis por fornecer 14,5% do consumo anual da Empresa. As unidades são a hidrelétrica de Muniz Freire, no Espírito Santo, e a participação no consórcio da Usina Hidrelétrica de Guilman-Amorim, em Minas Gerais. Durante o ano de 2014, a geração dessas unidades foi prejudicada pela falta de chuvas, ficando abaixo do previsto para o ano.
Em 2014, adiantamos os estudos para geração de energia eólica nas proximidades de nossas unidades no Espírito Santo. Esse projeto está em análise na Empresa, para verificarmos a viabilidade técnica de instalação das turbinas eólicas. Tal avaliação leva aproximadamente três anos.
Ainda na autoprodução, a Samarco continuou os testes de cogeração com queima de pallets de madeira de construção civil (leia mais em Focos estratégicos).
¹Consumo total de eletricidade dentro da Empresa/produção da Samarco (em tms).
Consumo e autoprodução de energia elétrica (GJ) GRI G4-EN3, G4-EN4 | |||
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2014 | 2013 | 2012 | |
Consumo anual | 8.769.528 | 7.147.529 | 7.181.431 |
Adquirida de terceiros | 9.348.293 | 6.471.002 | 6.292.400 |
Gerada pela empresa | 1.173.866 | 1.347.144 | 1.422.713 |
Energia vendida | 1.902.365 | 657.275 | 514.325 |
Emissões de GEE GRI G4-EN15, G4-EN16, G4-EN17, G4-EN18
Desde 2007, realizamos nosso inventário de emissões de gases de efeito estufa (GEE), com base na metodologia do GHG Protocol. Em 2014, registramos um aumento de 19,7% nas emissões, em comparação com o ano anterior. As emissões dos escopos 1, 2 e 3 tiveram aumento de 24,6%, 77,8% e 19,1%, respectivamente. Esse acréscimo nas emissões de GEE era esperado, por conta do início de operação da quarta usina de pelotização.
Já a taxa de intensidade de emissões de gases de efeito estufa alcançou 92 kg CO2e/t de pelotas e finos produzidos (gases incluídos no cálculo: CO2, CH4, N2O, HFCs, PFCs, SF6 e NF3).
O inventário da Samarco passou, em 2012, a incluir o escopo 3 – emissões indiretas –, conforme a nova metodologia do GHG Protocol, que contempla as estimativas de emissões para a pelota transportada e processada no cliente. Os escopos 1 e 2 dizem respeito às emissões de responsabilidade da Samarco, por meio da autoprodução de energia e da aquisição de energia elétrica. Em 2014, o inventário de emissões recebeu Selo Ouro, atestando a qualidade e abrangência das informações.
P4P: primeiro projeto carboneutro do Brasil
O balanço das emissões de gases de efeito estufa durante a fase de construção do Projeto Quarta Pelotização foi igual ou inferior a zero. Foram adotadas medidas de compensação como o plantio de seringueiras e espécies nativas da Mata Atlântica e a reabilitação de áreas protegidas, com investimento total de R$ 1,9 milhão.
A Samarco também avalia os impactos de suas emissões por meio do monitoramento periódico da fumaça emitida por veículos e equipamentos de sua frota. O equipamento/veículo, ao passar pelo monitoramento, recebe um selo vermelho da Samarco, para que possa trafegar nas áreas da Empresa, e, em caso de reprovação é submetido à manutenção. Paralelamente, é feito monitoramento semestral, com o uso de opacímetro, em 20% da frota, escolhida aleatoriamente, para comparação com os resultados apresentados pelas áreas.GRI G4-EN30
As emissões de gases de efeito estufa dos veículos da empresa contratada para o transporte de empregados também são monitoradas e demonstradas anualmente em relatórios no padrão GHG Protocol Brasil.GRI G4-EN30
Emissões de gases de efeito estufa (tCO2e)¹ | |||
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2014 | 2013 | 2012 | |
Escopo 1 | 2.033.558 | 1.712.180 | 1.743.577 |
Escopo 2 | 319.264 | 154.731 | 101.126 |
Escopo 3 | 31.823.456 | 28.294.018 | 27.178.806 |
Total | 34.176.278 | 30.160.928 | 29.023.509 |
Nota: os valores de emissões de gases de efeito estufa foram revisados após auditoria externa de certificação do GHG Protocol.
Gases incluídos no cálculo | Taxa potencial de aquecimento global (ou fonte GWP) |
Dióxido de carbono (CO2) | 1 |
Metano (CH4) | 25 |
Óxido nitroso (N2O) | 298 |
Hidrofluorcarbonetos (HFCs) | 3 - 14.800 |
Perfluorcarbonetos (PFCs) | 6.500 - 17.700 |
Hexafluoreto de enxofre (SF6) | 22.800 |
Trifluoreto de nitrogênio (NF3) | 17.200 |
Emissões atmosféricas
Na Samarco, a emissão de particulados está associada, principalmente, aos processos de transporte e estocagem de pelotas na unidade de Ubu (ES). Em 2013, concluímos importantes entregas no controle de particulados, como a instalação de Wind Fence e de precipitadores eletrostáticos adicionais aos processos das usinas de pelotização 1 e 2. Em 2014, realizamos um estudo de avaliação da eficiência da Wind Fence, atestando que a tecnologia possui uma eficiência de controle de 76% – acima da previsão inicial, de 54%. Outra importante entrega foi a ampliação e modernização da Rede Automática de Monitoramento da Qualidade do Ar, na região de Ubu.
Em 2014, após a conclusão dessas ações, a Samarco identificou oportunidades de refinamento no controle atmosférico, com melhorias de nível secundário. Um grupo de engenheiros está desenvolvendo soluções de aspersão e controle, que devem aperfeiçoar os indicadores da Empresa nesse aspecto. Esse trabalho será continuado em 2015.
Em 2009, a Samarco firmou voluntariamente o Termo de Compromisso Ambiental (TCA) com o Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), com a interveniência técnica do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) e com a participação de representantes da sociedade civil.
O investimento total do TCA foi de mais de R$ 250 milhões, contemplando sete ações que aprimoraram o controle e a redução de emissão de material particulado na unidade de Ubu, tendo como principal entrega a Wind Fence (R$ 93 milhões).
NOX, SOX e outras emissões atmosféricas (toneladas) GRI G4-EN21 | |||
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2014 | 2013 | 2012 | |
NOX | 13.154 | 6.998 | 13.503 |
SOX | 11.605 | 3.314 | 2.986 |
Material particulado | 3.047 | 1.433 | 1.798 |
Estéril e rejeitos
Na Samarco, todo o rejeito (materiais arenosos e lamas) gerado na etapa de beneficiamento do minério de ferro é armazenado em um sistema, composto das barragens de Germano e de Fundão e do empilhamento na Cava do Germano, na unidade de Germano (MG). A água proveniente desse processo é tratada nas Estações de Tratamento de Efluentes Industriais (Eteis) e armazenada na barragem de Santarém, onde parte é bombeada para reutilização no processo.
Saiba+
Wind Fencessão barreiras metálicas que funcionam como cercas, para evitar a dispersão do material particulado estocado a céu aberto nos pátios de estocagem de minério de ferro
Já o estéril é disposto, em conformidade com os procedimentos de segurança e as leis ambientais, ao longo das pilhas de estéril João Manoel e Alegria Sul.
A análise e o controle de riscos são realizados por meio da metodologia Failure Modes and Effects Analysis (FMEA), que avalia o potencial de ocorrências e falhas nas barragens, bem como as consequências potenciais sobre a saúde e a segurança das pessoas e do meio ambiente.
Em 2014, a geração de rejeitos resultantes atingiu 21,978 milhões de toneladas, entre arenosos e lamas. Já a massa movimentada de estéril, realizada para liberar minério no avanço da lavra, registrou 5.988.493 toneladas métricas naturais em 2014.
O principal documento norteador a respeito do tema é o Plano de Disposição de Rejeitos (PDR), que fornece diretrizes para nos apoiar até o processo de exaustão das reservas de minério.
Sob a ótica da segurança de nossas operações, dispomos do Plano de Ações Emergenciais (PAE) das barragens, que aborda o funcionamento das estruturas de disposição de rejeito e possíveis anomalias ou situações de emergência.
Com base nesse documento, que atende aos requisitos legais sobre gestão de barragens, aplicamos, em 2014, um total de 1.356 horas de treinamentos com os empregados envolvidos direta ou indiretamente nas atividades.
Em 2014, também foi implantado o sistema derubber damna Barragem do Santarém, para aumentar a capacidade de reservar água para reaproveitamento. Paralelamente, o programa de recursos hídricos está desenvolvendo diversos projetos que visam ao aumento de eficiência na utilização da água.
Saiba+
Rejeitoé a parte não usada após o beneficiamento do minério e é armazenado em barragens ou pilhas
Estérilé o material que envolve o minério, e é desprezado ou removido no processo de lavra, ainda na mina. Esse material também pode ser alocado na própria mina, disposto em pilhas ou usado para terraplanagem
Reaproveitamento de rejeitos
A Samarco criou blocos de calçamento a partir de rejeito para pavimentar ruas de um bairro em Guarapari, como parte do Termo de Compromisso Socioambiental (TCSA) do P4P. Fruto dos estudos da Gerência-Geral de Tecnologia e Ecoeficiência, o material tem as mesmas características dos blocos convencionais e atende a todas as exigências da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) (leia mais em Focos estratégicos).
Outra vantagem é que os blocos intertravados, usados no calçamento do bairro, permitem o escoamento superficial da água da chuva, reduzindo a formação de poças. A obra de pavimentação do bairro Porto Grande teve início em dezembro de 2013 e foi entregue em 2014, com investimentos de R$ 8 milhões.
Resíduos não minerais
Em 2014, o índice de destinação de resíduos domésticos não recicláveis aumentou em razão de um maior fluxo de pessoas na Empresa, em consequência da operação do P4P.
As ações são norteadas pelo Plano Corporativo de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, que viabiliza melhor gestão sobre geração e destinação de resíduos na Empresa. Entre as boas práticas, o óleo gerado nos separadores de água e óleo é encaminhado para reciclagem; são realizados treinamentos permanentes da mão de obra responsável pelo gerenciamento de resíduos e dos empregados da Empresa, por meio do Programa de Educação Ambiental (PEA); e projetos são desenvolvidos considerando não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento e disposição dos resíduos sólidos.GRI G4-EN27
Também foram continuadas iniciativas a partir da utilização da ferramenta Lean Seis Sigma, visando à redução de custos e a melhorias de gestão. O objetivo da Empresa é reaproveitar subprodutos gerados em suas etapas produtivas.
Biodiversidade
Por sua presença em regiões de alta importância para a biodiversidade brasileira (bioma Mata Atlântica), a Samarco aposta na conservação de ecossistemas, na recuperação de áreas degradadas e no equilíbrio dos serviços ecossistêmicos. Ao fim de 2014, avançamos na construção do Plano Diretor de Biodiversidade (PDB), que vai apontar as diretrizes estratégicas da Empresa em relação ao manejo ambiental.
Fizemos um levantamento das melhores práticas de biodiversidade desenvolvidas em nível global para balizar as ações que serão adotadas. O plano será finalizado no primeiro trimestre de 2015.
Para diminuir nossos impactos negativos, mantemos uma série de iniciativas e projetos. Em Minas Gerais, o foco é nos cuidados com a supressão da vegetação de mata, que reduz as espécies de flora e causa perda ou perturbação dehabitat para a fauna. No Espírito Santo, nossos temas mais relevantes são a ictiofauna e a qualidade das águas marinhas e lagoas costeiras, em Ubu, além do rio Pardo, em Muniz Freire. A lagoa de Mãe-Bá, com 9 milhões de m³, é um corpo receptor dos efluentes que vertem continuamente da Estação de Tratamento da Barragem Norte, e não é considerada uma área de proteção ambiental. GRI G4-EN26
Projeto de Conservação da Biodiversidade Marinha
Entre os projetos executados atualmente, destacam-se os descritos a seguir:
- Programa de Reforço de Estoque Pesqueiro na Lagoa de Mãe-Bá: contabiliza a soltura de 250 mil peixes desde que o projeto foi iniciado, em 2009, além de contemplar ações de educação ambiental, de monitoramento de qualidade das águas e de ictiofauna.
- Programa de Monitoramento de Quelônios (ES): contribui para a conservação das tartarugas marinhas, em uma parceria com o Instituto de Preservação e Conservação Marinha (IPCMar) que abrange ações na área portuária de Anchieta. Reflexo das ações de controle de iluminação do local, de setembro de 2014 a março de 2015 o número de ninhos na região foi de 92.
- Ecoeficiência na Gestão das Operações Portuárias contribuindo para a Conservação da Biodiversidade Marinha: destinado a aprimorar as condições de luminosidade das regiões próximas ao porto da Samarco, a ação beneficia tartarugas que se reproduzem em praias capixabas – algumas de espécies ameaçadas de extinção. De 2006, quando o projeto foi iniciado, até hoje, 1.211 ninhos foram preservados e 114 mil filhotes nasceram nas proximidades do terminal portuário. De setembro de 2013 a março de 2014, foi registrado um aumento de 60% no número de ninhos, e, na última temporada, houve um recorde de 130 desovas, com o nascimento de 3.970 filhotes de tartarugas marinhas.
- Projeto Cação sem Dente: iniciado em 2013, com participação de órgãos de governo e organizações como Instituto Peroá, Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) de Piúma e Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia (Facto), prevê a criação experimental de duas espécies de peixes comuns em águas capixabas – o beijupirá e a garoupa – utilizando tanques-rede.
Reserva legal
Conforme legislação vigente, a Samarco conserva 20% de suas propriedades como áreas de reserva legal em Minas Gerais e no Espírito Santo. Como resultado do Novo Código Florestal Brasileiro, estabelecido em 2013, concluímos o processo de relocação das reservas legais em Minas Gerais e a homologação no Espírito Santo. Com esse processo, houve um aumento de 26% nas áreas de reserva legal da Samarco.