Logo

Relatório Anual 2013

 

Gestão Ambiental

Programa ALL + Sustentável aprimora gestão de efluentes e resíduos.

Redução de impactos

Por meio de ferramentas próprias, elaboradas a partir das especificidades do setor, a ALL busca prevenir, monitorar e reduzir os principais impactos da operação. A gestão ambiental cobre de forma intensa temas como emissões atmosféricas, resíduos, efluentes e riscos à biodiversidade, mas também inclui programas de gerenciamento de impactos gerais e ações de educação ambiental e engajamento.

Em uma operação ferroviária, as emissões atmosféricas geradas são proporcionalmente menores que as do modal rodoviário para o mesmo volume transportado. Movimentar uma carga de 2.310 toneladas, por exemplo, exige uma composição ferroviária com 30 vagões e tira das rodovias 68 caminhões bitrem. Ainda assim, as emissões representam o impacto ambiental mais significativo do setor, e a ALL trabalha para reduzi-las.

As principais emissões são material particulado e gases do efeito estufa (GEE), como CO2, SO2 e NOx, medidos anualmente no Inventário de Emissões de GEE. Como mostra o inventário de 2013, as emissões diretas (escopo 1) representaram mais de 95% do total de emissões da ALL, com destaque para aquelas provenientes do consumo de diesel ferroviário. As emissões do escopo 1 chegaram a 1.074,5 mil tCO2e, leve aumento se comparado ao registrado no ano anterior (1.070,2 mil tCO2e). O crescimento foi ocasionado pelo início da operação de 142 quilômetros da linha entre os municípios de Itiquira e Rondonópolis, no Mato Grosso, e pela maior movimentação de trens nos trechos já duplicados da Malha Paulista.

Entre as medidas adotadas para reduzir as emissões está a renovação periódica da frota. Atualmente, 10,5% das locomotivas têm menos de cinco anos de uso. Além dos ganhos ambientais, com a diminuição das emissões e o aumento da eficiência energética, a medida tem reflexos positivos na produtividade.

Em 2013, a empresa consolidou o programa ALL + Sustentável, que formaliza o passo a passo da rotina de gestão de outros dois impactos ambientais significativos do setor: efluentes e resíduos. A preocupação em integrar a sustentabilidade aos projetos acompanha cada um deles desde a fase inicial. Na construção do Complexo Intermodal Rondonópolis, inaugurado em 2013, foram investidos R$ 25 milhões para esse fim.

Entre as ações implementadas em paralelo à realização da obra – que incluiu uma expansão de 260 km da malha ferroviária e a construção de um novo terminal – estão programas de monitoramento de fauna, flora e qualidade da água e dos sedimentos, de controle de erosão e assoreamento na implantação da plataforma e vias de acesso e de revegetação da faixa de domínio e plantio compensatório, entre outros.

Por tratar-se de um empreendimento que corta fragmentos florestais em diversos biomas brasileiros, Áreas de Preservação Permanente (APP) e Unidades de Conservação (UC), há ações específicas voltadas à gestão de riscos à biodiversidade. A presença de vegetação invasora é monitorada e controlada em todas as malhas com o uso de herbicidas autorizados pelo Ibama e a roçada manual em áreas protegidas. A iniciativa visa evitar a inserção de espécies exóticas provenientes dos grãos que caem durante a passagem dos trens e também a extinção de gramíneas que afetam a operação (tração/frenagem).

A empresa também atua na recomposição das matas ciliares, recuperando essas áreas de relevante interesse ecológico. Para evitar o atropelamento da fauna que circula nas zonas florestais cortadas pela ferrovia, no projeto de Rondonópolis foram construídas estruturas específicas, os Passa Fauna.

Outros temas ambientais específicos do setor ferroviário abordados pela ALL são identificação, controle e correção de passivos, processos erosivos e pontos críticos de drenagem; recomposição vegetal; e redução de vazamento de granéis.

A ALL guia-se pelas diretrizes do Ibama para mensurar os riscos e monitorar os impactos na fauna e na flora e controlar a geração de ruídos e emissões atmosféricas, e anualmente presta contas ao organismo federal sobre o cumprimento dos condicionantes acordados para cada operação.

As ações mensais de capacitação e intensificação da rotina de seus colaboradores nas diretrizes do Guia de Gestão Ambiental da ALL têm sido outra ferramenta para reduzir seu impacto ambiental. Em 2013, a empresa deu continuidade ao programa de auditoria interna, desenvolvido para monitorar seus principais indicadores ambientais e garantir a adesão do público interno a essas diretrizes. Esse monitoramento, realizado mensalmente, é reforçado a cada trimestre, quando a diretoria da ALL realiza o “circuito de produção” e mostra a cada unidade seus resultados, comparados aos das demais.

Plantio de mudas

Na medida em que expande a via férrea, a ALL investe continuamente na recuperação ambiental das áreas modificadas com a chegada da ferrovia. Apenas em 2013, foram plantadas mais de 215 mil mudas de árvores nativas, sendo 96 mil nas malhas Norte e Oeste e 119 mil como compensação das obras de duplicação da Malha Paulista.

Entre outubro de 2013 e fevereiro de 2014, mais de 65 mil mudas de árvores nativas do Cerrado mato-grossense foram plantadas no trecho de ferrovia entre os municípios de Alto Araguaia e Rondonópolis, nas Áreas de Preservação Permanentes (APP) e em outras áreas ao longo da ferrovia.

Além de promover a recuperação ambiental nos trechos atravessados pela ferrovia e nas APPs, a ação visa ao cortinamento vegetal e à arborização dos terminais ferroviários, compensando as emissões de carbono da operação ferroviárias.

Conformidade

A companhia trabalha para cumprir e, sempre que possível, exceder as diretrizes definidas pelas mais de 1.500 legislações ambientais, entre leis, decretos e portarias de âmbito federal e estadual e licenças ambientais vigentes a que a empresa está sujeita, procurando adaptar uma malha ferroviária bastante antiga a necessidades de mercado sempre novas.

A adoção de um software de gestão de conformidade legal também trouxe mais agilidade à empresa na tarefa de adequar-se e procurar se antecipar aos requisitos legais aplicáveis.

O ano de 2013 também permitiu à ALL consolidar um novo patamar em seu relacionamento com o Ibama. Em um trabalho conjunto com outras empresas do setor, a ALL vem contribuindo para melhorar os procedimentos ambientais da entidade. Entre os principais resultados dessa parceria estão a criação de termos de referência padronizados (documentos que definem as diretrizes para a obtenção de uma licença prévia) e a melhoria das instruções normativas, entre outros.

Apesar do esforço por seguir as normas, em 2013 a ALL recebeu 32 autuações (14 por acidentes e 18 por ocorrências nas operações), que resultaram em multas ambientais num total de R$ 61.192.448,23 (dos quais R$ 11,4 milhões foram pagos em 2013). A companhia também teve 128 sanções não monetárias, sobretudo por conta de descumprimento de procedimentos nas operações.

Ainda aguardam julgamento três processos oriundos de notificações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto de Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul (Imasul). Dois deles referem-se a acidentes ocorridos em São Vicente (SP), em janeiro de 2013, e Inocência (MS), em abril, e totalizam R$ 54,5 milhões. O terceiro está relacionado à denúncia de contaminação por óleo diesel na operação em Catanduva (SP), com multa estimada em R$ 2,5 milhões.

R$ 12,4 milhões

foram investidos pela ALL em projetos ambientais. Do total, R$ 8,3 milhões (67%) foram aplicados em prevenção e gestão ambiental.

Fornecedores

Para envolver a cadeia de fornecimento em seu esforço pela redução dos impactos, a companhia vem implementando diversas iniciativas. Em 2013, lançou o Geverd, publicação que visa fomentar a sustentabilidade e as boas práticas trabalhistas entre os fornecedores de dormentes da ALL.

O guia reúne diretrizes para os temas gestão, gente, documentação e saúde, segurança e meio ambiente e orienta o processo de desenvolvimento das empresas parceiras. Seu uso integra um programa de acompanhamento, com uma auditoria diagnóstica no início do processo e três monitoramentos ao longo do ano.

A comparação dos resultados do diagnóstico inicial com a auditoria realizada ao fim do primeiro ano de uso do guia apontou melhorias: a nota média das empresas subiu de 178 para 720 pontos, em uma escala que vai até mil. Entre as diretrizes definidas pelo material está a criação de rotinas para garantir e fiscalizar a correta observação da legislação trabalhista e ambiental, monitorando aspectos como a origem da madeira usada na confecção de dormentes e a não utilização de mão de obra infantil.

A exemplo do que já ocorre com o Guia de Excelência, conjunto de diretrizes que orienta os fornecedores de outros materiais em relação aos padrões exigidos pela ALL, o Geverd é reeditado anualmente, contemplando as eventuais mudanças legislatórias. Ao longo do ano, os fornecedores inserem toda a documentação que comprova o cumprimento de todas as suas obrigações trabalhistas no Banco Doc. Ao fim do ano, aqueles que disponibilizam 100% da documentação nesse sistema concorrem a um prêmio. Em 2013, como o foco do Geverd foi o eixo social, a empresa sorteada foi premiada com um curso de Gestão de Pessoas.

Em 2014, em parceria com a consultoria DNV-GL (Det Norske Veritas), A ALL deu início a um trabalho de diagnóstico de sua cadeia de fornecedores para aprimorar ainda mais a gestão desse público. Inicialmente voltada aos dormenteiros, a ação será estendido também aos demais fornecedores da companhia.