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Relatório Anual 2013

 
 

Investimentos em infraestrutura

Duplicação da Malha Paulista

O investimento na infraestrutura da ferrovia Campinas-Santos (SP) – parte da Malha Paulista da ALL – é uma das prioridades do planejamento estratégico da companhia. O trecho tem uma extensão de 264 quilômetros e liga o interior de São Paulo ao Porto de Santos. Além disso, faz parte do mais importante corredor no Brasil para o escoamento de commodities agrícolas para exportação, representando aproximadamente 60% do volume transportado pela ALL (em toneladas por quilômetro – TKU). A obra em andamento prevê investimentos de cerca de R$ 600 milhões na via permanente, que serão revertidos ao poder cedente ao fim da vigência do contrato de concessão.

Em março de 2014, um significativo passo foi dado para a concretização da obra. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) emitiu a Licença de Instalação necessária para a realização das obras nos subtrechos Embu-Guaçu a Evangelista de Souza e Paratinga a Perequê, válidas por quatro anos.

A previsão da ALL é de que a intervenção nos dois subtrechos da ferrovia Campinas-Santos seja concluída no primeiro trimestre de 2015. Uma vez finalizada, a obra dessas vias mais do que duplicará a capacidade de transporte no trecho (leia mais no quadro Impactos positivos da ferrovia).

As obras na ferrovia Campinas-Santos iniciaram em 2011. Em 2013, foi entregue a via que liga Perequê a Valongo. Além de realizar a duplicação, com instalação de dormentes e trilhos e a construção de pontes, a ALL instalou um sistema de controle de tráfego de locomotivas pioneiro, que permite a troca de informações entre maquinista e centro de controle de forma automatizada, trazendo mais eficiência e segurança à operação.

Ainda em 2014, a ALL prevê finalizar também as obras de duplicação do trecho entre Boa Vista (no município de Campinas) e Embu-Guaçu. Os trilhos cortam 11 municípios: Campinas, Indaiatuba, Salto, Itu, Alumínio, Mairinque, São Roque, Cotia, Itapecerica da Serra, São Lourenço da Serra e Embu-Guaçu.

Antes e depois

A capacidade gerada pela duplicação do trecho Campinas-Santos irá proporcionar um aumento da participação da ferrovia na matriz brasileira de transportes.

Ganhos ambientais e sociais

A duplicação da ferrovia Campinas-Santos irá contribuir de forma significativa para tornar a cadeia logística brasileira mais competitiva. Além do ganho econômico, irá gerar impactos sociais e ambientais nas comunidades envolvidas.

  • Menos caminhões nas estradas
    A melhoria da logística ferroviária na região irá contribuir para aumentar o transporte de produtos agrícolas por via férrea. A estimativa é de que 30 mil caminhões deixem de circular nas estradas, economizando 100 milhões de litros de diesel por mês.
  • Redução de emissões
    O uso do modal ferroviário ao longo de todo o percurso permite uma redução mensal de 71% nas emissões de gás carbônico (CO2) e de 82% nas de óxidos de nitrogênio (NOx), em comparação com o transporte rodoviário.
  • Melhorias estruturais
    A obra de duplicação corta o perímetro de 16 cidades e envolve 35 pontes, túneis, viadutos e demais intervenções que serão realizadas ao longo do trecho. Para a comunidade do entorno, a obra também trará ganhos de segurança, já que prevê a construção de quatro passarelas no trecho Embu-Guaçu a Perequê e 15 eliminações de passagens em nível exigidas em licença que estão sendo discutidas com prefeituras e estão sendo tema de estudos específicos.
  • Legado positivo
    Para reduzir os impactos sociais causados pelas obras, a ALL levou até as comunidades das cidades impactadas o Vagão do Conhecimento e o Vagão Ambiental, projetos do Instituto ALL voltados à transmissão de conceitos relacionados à preservação do meio ambiente, à segurança e à divulgação de conhecimentos gerais à população.
  • Programas ambientais
    As licenças de instalação obtidas pela ALL preveem o cumprimento de condicionantes, como a execução dos planos e programas ambientais (saiba mais no blog do Projeto Rumo).
Impactos positivos da ferrovia
Atualmente Linha Duplicada
Caminhões retirados da rodovia 1.500
Velocidade média 7 km/h 22 km/h
Tempo de trânsito 38 horas 12 horas
Vagões 5.920 1.920
Trem parado 28 horas 2 horas

 

Comunidades indígenas

Programas de fortalecimento das organizações indígenas fazem parte do projeto de duplicação da ferrovia Campinas-Santos. O objetivo é atender às solicitações das comunidades indígenas que habitam a região (leia mais em Comunidades tradicionais).

A ferrovia Campinas-Santos está na área de influência de seis terras indígenas no estado de São Paulo. Conforme acordado com a Funai, a ALL realizou um estudo etnoambiental na região. Para mitigar os impactos socioambientais do empreendimento, a ALL elaborou e irá executar oito programas voltados a comunidades indígenas das etnias tupi e guarani. Entre as ações previstas estão incentivos à geração de renda, desenvolvimento da cultura indígena, benfeitorias para as comunidades, instalação de sinalização ferroviária, apoio a serviços de saúde e capacitação indígena. Também foram projetados centros de cultura guarani voltados para a valorização da cultura indígena e o turismo.

 

 

Complexo Intermodal Rondonópolis

A ALL concretizou um marco importante em sua estratégia de crescimento com a inauguração, em setembro de 2013, do Complexo Intermodal Rondonópolis (CIR), em Mato Grosso. A obra absorveu investimentos da ordem de R$ 730 milhões na expansão de 260 quilômetros de trilhos que ligam os municípios de Alto Araguaia (MT) e Rondonópolis (MT), uma localização estratégica próxima à fronteira oeste do Brasil, na Malha Norte. Também foram investidos mais de R$ 150 milhões na construção do terminal de transbordo da ALL que compõe parte do complexo.

A obra integra o PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento), do governo federal, e é um dos maiores projetos ferroviários desenvolvidos e financiados pela iniciativa privada no Brasil. O CIR expande o potencial da ferrovia como solução logística para o escoamento de cargas a partir do maior corredor brasileiro exportador de grãos — que vai do Centro-Oeste ao Porto de Santos.

O CIR ocupa uma área de 385,1 hectares — o equivalente a 900 campos de futebol. Com a inauguração do complexo, o novo terminal da ALL também entrou em operação, com uma capacidade de carregamento de 120 vagões graneleiros a cada 3,5 horas e mais de 2,6 bilhões de TKU (toneladas por quilômetro útil, indicador de volume no transporte ferroviário) ao ano. A construção da infraestrutura ferroviária do complexo, englobando a implantação de trilhos e a construção de unidades de produção e oficinas, gerou cerca de 30 mil postos de trabalho na região. Com a entrada em operação, o terminal gerou 300 empregos diretos.

Outras 20 empresas também devem instalar terminais e indústrias no CIR, em um investimento adicional estimado em R$ 700 milhões nos próximos cinco anos, aumentando ainda mais o número de empregos gerados na região e a capacidade de armazenagem e transbordo de produtos no complexo. Entre elas está a Brado Logística, que já opera seu terminal no local, com capacidade anual de movimentação de 240 TEUs (em português, tonelada equivalente a 20 pés).

Alinhado às diretrizes de responsabilidade socioambiental da ALL, o projeto incluiu iniciativas de monitoramento da qualidade da água e da integridade do solo, da fauna e da flora, resgate de animais silvestres, programa de arqueologia e programas sociais, entre outros. Ao todo, R$ 25 milhões foram investidos na identificação e redução dos impactos da expansão da malha ferroviária sobre as comunidades de entorno e o meio ambiente.

A entrada em operação do complexo traz também ganhos ambientais para a região, já que sua capacidade de carregamento equivale à de cerca de mil carretas do tipo bitrem — que deixam de trafegar pelas estradas quando há a opção do transporte ferroviário.

 

Projeto Eldorado

Merece destaque o projeto realizado em parceria com a empresa Eldorado Brasil para realizar a logística de saída da fábrica de celulose da empresa em Três Lagoas (MS). A fábrica atingiu sua capacidade plena no final de 2013, e a previsão é de que seja produzido anualmente cerca de 1,5 milhão de toneladas de celulose, sendo 800 mil transportadas pela ALL. O projeto abrange investimentos em material rodante (vagões e locomotivas), melhoria da via e construção de terminais de transbordo em Aparecida do Taboado (MS) e Santos (SP).