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Relatório Anual 2013

 

Segurança

Gestão do tema avança com criação do Programa ALL + Segura

Segurança pessoal e saúde ocupacional

Gestão da segurança

A ALL dedica à segurança e à saúde ocupacional de seus colaboradores e terceiros os mesmos cuidados e compromissos que norteiam a gestão da produtividade e do crescimento. O tema é tratado de forma objetiva e sistemática, com planos de ação, metas predefinidas e monitoramento dos desafios e avanços. Para alcançar seus objetivos, a companhia investe em diversas ferramentas que aumentam o conhecimento, a consciência e o comprometimento de todo o público interno em relação às normas de segurança. Cinco princípios orientam a gestão do tema (leia os Princípios de Saúde e Segurança). Abordados durante o programa de integração de cada novo colaborador, esses princípios são revistos em todas as reuniões de segurança ou produção e nos programas de treinamento.

Em 2013, a gestão da segurança avançou com a adoção do Programa ALL + Segura, que estabeleceu diretrizes e padrões a serem seguidos no dia a dia para elevar os índices de desempenho em segurança pessoal. A iniciativa ampliou de seis para nove o número de ferramentas de gestão de segurança, saúde ocupacional e prevenção de acidentes:

  • Gestão de EPIs: estimula o uso de todos os equipamentos de proteção individual necessários a cada atividade pelo líder, como exemplo da conduta adequada para atenuar os riscos de acidentes. Prevê também o controle de entrega, utilização e devolução dos EPIs.
  • Escolas de Segurança e Meio Ambiente: voltadas a garantir que cada colaborador receba o treinamento adequado nesses temas, evitando que venha a executar atividades para as quais não foi devidamente capacitado.
  • Análise e Investigação de Acidentes: prevê a comunicação imediata e o registro de todo acidente, e sua análise pelo líder, gerando aprendizado que ajude a evitar a reincidência.
  • Integração de Segurança do Técnico e do Supervisor: visa capacitar todos os novos colaboradores e terceiros em relação ao tema, assegurando que nenhum profissional seja exposto a riscos sem ter recebido o treinamento adequado.
  • Comunicados de Risco: registram todo e qualquer desvio de conduta em relação aos padrões de segurança e servem de comunicado ao líder, buscando sua correção como forma de prevenir a ocorrência de acidentes.
  • Permissão de Trabalho e Análise Preliminar de Risco: documento por meio do qual o supervisor de cada área autoriza o início das atividades após ter avaliado os riscos do ambiente e das tarefas a serem executadas por colaboradores ou por terceiros.
  • Reunião de 5 Minutos: diálogo diário sobre segurança conduzido pelo líder. É realizado no início de cada turno e aborda os riscos relacionados às atividades diárias.
  • Inspeção Semanal de Segurança: é realizada pelo supervisor, que deve registrar e tratar qualquer condição insegura no ambiente de trabalho.
  • Padrões de Segurança e Meio Ambiente: definem as rotinas e os parâmetros de segurança e meio ambiente e estabelecem sua obrigatoriedade para todas as situações.

Cada novo colaborador contratado pela ALL recebe capacitação sobre as ferramentas do programa, seus fundamentos, sua utilização prática e informações sobre as responsabilidades de cada função em relação a cada uma delas. Todo o conteúdo é revisto em reciclagens periódicas. Além disso, nas reuniões semanais de segurança promovidas pela companhia nas unidades e no Comitê Corporativo de Segurança, que também se reúne semanalmente, a primeira pauta do dia é a análise dos indicadores relacionados a cada uma das ferramentas. Os dados dão origem a um ranking de segurança que compõe um campeonato interno de desempenho. Seu resultado – que também reflete na remuneração variável de cada colaborador – é acompanhado mensalmente pela diretoria da companhia.

Entre os indicadores do sucesso do programa na melhoria da gestão da segurança pessoal na ALL estão o número de Comunicados de Risco, que subiu de 28 mil em 2012 para 35 mil em 2013 – com uma taxa de solução de 95% –, e o número de Inspeções Semanais de Segurança realizadas, que passou de 18 mil para 26 mil no mesmo período.

A abordagem assertiva tem assegurado bons resultados: em 2013, o Índice de Frequência de Acidentes de Trabalho (Ifat) caiu 8% em relação a 2012; para 2014, a meta é uma redução de 15% em comparação ao ano anterior. A abordagem assertiva tem assegurado bons resultados: em 2013, o Ifat caiu 8%. O número de acidentes com afastamento reduziu de 126 (2012) para 112 (2013). Para 2014, a meta é uma diminuição de 15% do Ifat em comparação ao ano anterior. Esse índice é calculado a partir da taxa de frequência de acidentes de trabalho, utilizando apenas os acidentes que geraram dias perdidos – conforme prevê a legislação trabalhista brasileira.

A partir da metodologia da GRI (veja a tabela abaixo), foi calculada também a taxa com base no número total de acidentes (com e sem afastamento) entre colaboradores próprios e terceiros. O total de dias perdidos teve queda no período, indicando a redução no número de acidentes graves. Infelizmente, foi registrado um óbito de colaborador no ano; em 2012, haviam sido três.

 

Indicadores de saúde ocupacional e segurança1
2012 2013
Colaboradores Homens Mulheres Homens Mulheres
Acidentes2(total) 155 3 180 2
Acidentes3(taxa) 0,79 0,89
Dias perdidos4 (total) 1.818 30 1.158 5
Dias perdidos (taxa) 9,22 5,70
Faltas5 (dias) - 27.536 1.515
Absenteísmo (taxa) - 142,39
Terceiros
Acidentes (total) 34 1 39 1
Acidentes (taxa) 0,17 0,20
Dias perdidos (total) 319 0 685 3
Dias perdidos (taxa) 1,59 3,37
Total
Acidentes (total) 189 4 219 2
Acidentes (taxa) 0,96 1,08
Dias perdidos (total) 2.137 30 1.843 8
Dias perdidos (taxa) 10,81 9,07

1Considera as horas-homem trabalhadas de colaboradores e terceiros, excluindo-se as horas extras de terceiros.
2Total de acidentes com ou sem afastamento, sem incluir trajeto.
3As taxas consideram a média de acidentes para cada 200 mil horas trabalhadas.
4Dias perdidos por afastamento.
5Faltas gerais.

Compromisso compartilhado

Para garantir o comprometimento de todos os níveis da companhia em relação ao tema, a ALL promoveu ações escalonadas de treinamento em segurança. A iniciativa teve início com a capacitação da alta liderança – prática pouco comum para a área, mas fundamental para a sustentação do programa no longo prazo. A primeira rodada de capacitação envolveu mais de 500 líderes da companhia, do presidente aos supervisores. Para os demais níveis hierárquicos, o treinamento foi ministrado pelo líder imediato e repetido integralmente no intervalo de alguns meses, como forma de reforçar o conceito e potencializar os resultados, alcançando entre 12 mil e 13 mil colaboradores da ALL nos seis estados em que a empresa opera.

Para 2014, em paralelo com a meta formal de redução percentual gradativa do Ifat, a companhia vem reforçando a mentalidade de Zero Acidente. Para embasar esse objetivo, já começou a investir em programas voltados a atrelar as rotinas de segurança às capacitações para execução das diversas funções. Em paralelo, a área de Segurança Pessoal vem garantindo que, nas reuniões semanais de diretoria, assuntos operacionais que estejam relacionados a acidentes sejam relatados e recebam tratamento para evitar reincidências.

Princípios de saúde e segurança

1 – Segurança em primeiro lugar

2 – Segurança e produção andam juntas

3 – Líder, seja exemplo para o seu time

4 – Cumprir 100% dos procedimentos em 100% do tempo

5 – Segurança, responsabilidade de todos

Segurança operacional

Procedimentos e treinamentos

Os esforços da ALL em prevenir acidentes operacionais são formalizados em dois tipos de documentos: o Regulamento de Operações (RO) e os Procedimentos Operacionais (PO). A adesão dos colaboradores da ALL ao RO é realizada durante o processo de integração, promovido com 100% da força de trabalho logo após a contratação. Para os colaboradores da área operacional em postos de mais criticidade em relação à segurança, como os maquinistas, o conteúdo é revisto também em programas anuais de reciclagem, seguidos por provas formais de conhecimento. Eventuais modificações nas normas vigentes são divulgadas a toda a equipe operacional por meio de boletins de serviço e também geram iniciativas de treinamento especiais.

Os Procedimentos Operacionais, específicos para as diferentes áreas da companhia, também são trabalhados por meio de treinamento com cada novo colaborador contratado e, em sua maioria, revistos pelas diferentes áreas em reciclagens anuais.

Um Comitê de Segurança, subordinado à Diretoria de Gestão e Tecnologia da ALL, é responsável por acompanhar as metas estabelecidas pela companhia em relação à frequência e à gravidade dos acidentes e promover a divulgação interna desses resultados. Além dos demais diretores, todos os gerentes e supervisores da ALL acompanham o tema.

Na ocorrência de um acidente, cabe ao Comitê de Segurança da ALL também auditar o local, identificar as causas prováveis, validar os laudos gerados e garantir que todas as informações obtidas pautem ações de melhoria voltadas a impedir que circunstâncias similares voltem a causar acidentes. Em 2013, uma fratura de solda na via operada pela empresa no Mato Grosso levou a ALL a desenvolver, em parceria com um fornecedor, um equipamento de ultrassom capaz de detectar defeitos internos que possam comprometer a performance dos trilhos, permitindo à empresa substituí-los antes que ocasionem incidentes. Entre as demais ações de melhoria implementadas a partir desse aprendizado estão um plano para melhorar o nivelamento dos trens em curvas – contornando uma situação que era normal quando a via foi construída, para o transporte de passageiros, mas crítica hoje, no transporte de cargas – e sistemas de detecção de descarrilamento, monitoramento de temperatura das rodas e controle de temperatura dos trilhos.

Buscando atingir seus objetivos em relação a essa gestão, a companhia investe anualmente cerca de R$ 5 milhões em iniciativas voltadas a aumentar a segurança de suas operações. Em 2013, foi adquirido um simulador de condução. O equipamento, que deverá estar operando no segundo semestre de 2014, permitirá à companhia aprimorar a capacitação hoje oferecida aos maquinistas, treinando esse colaborador para enfrentar situações de risco em um ambiente similar ao que ele encontrará na cabine da locomotiva e tornando-o mais apto a reagir da forma correta mesmo em condições que fogem do padrão.

Metas e resultados

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) acompanha o resultado alcançado pela ALL em relação às metas de segurança e volume definidas no contrato de concessão.

*Dados consolidados da ALL Operações Ferroviárias (Malha Norte, Malha Oeste e Malha Sul).
** A meta de segurança acordada com a ANTT é medida por meio de um índice calculado a partir da soma dos acidentes ocorridos, dividido dividido pela soma das distâncias percorridas por todos os trens que trafegaram na malha (distância em milhões de quilômetros).

Acidente em São José do Rio Preto

Prestar socorro às famílias das vítimas e controlar qualquer possível impacto ambiental foram as principais preocupações e o foco das primeiras ações da ALL a partir das 16h42 do dia 24 de novembro de 2013 — três minutos após a ocorrência do acidente ferroviário que envolveu dez vagões graneleiros de um de seus trens, atingindo quatro residências no município de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo. Acionadas imediatamente após o aviso da ocorrência, as equipes de emergência de Segurança do Trabalho e Meio Ambiente, Via Permanente, Mecânica e Tração da ALL trabalharam em paralelo a Corpo de Bombeiros, Samu, Polícia Militar e Ambiental e Guarda Municipal, cujo apoio foi solicitado pela companhia. Infelizmente, o acidente causou oito vítimas fatais e deixou quatro pessoas feridas.

Por meio do trabalho de suas assistentes sociais, a ALL priorizou o atendimento às famílias envolvidas no acidente, repondo suas perdas materiais e assumindo todos os custos relativos a atendimento médico e tratamentos de saúde em hospitais e clínicas particulares.

As equipes de Meio Ambiente e Operações, tão logo possível, efetuaram a remoção dos produtos, dos vagões e de outros materiais, de maneira a permitir a liberação da rua e das casas próximas. O laudo resultante desse esforço mostrou que o acidente não provocou danos ao solo e aos recursos hídricos nem à fauna local.

Em paralelo, profissionais da própria ALL e de consultorias especializadas, contratadas pela companhia, deram início a um trabalho de análise do acidente. Os estudos técnicos desenvolvidos demonstraram que a causa foi o encharcamento do solo pela chuva, com um nível de umidade superior à média para a região, que cedeu sob o peso do trem. O excesso de umidade teve origem em dois fatores associados. O primeiro, mais estrutural, está ligado ao aumento da ocupação urbana e da impermeabilização do entorno, o que levou à infiltração de água e esgoto no subsolo. O segundo foi climático: o grande volume de água da chuva que caiu sobre a região nos dias que antecederam o acidente.

A constatação compõe o laudo final do acidente, protocolado pela ALL na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) após meses de investigação realizada pela companhia com o apoio de instituições como o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e a Fundação Coordenação de Projetos, Pesquisas e Estudos Tecnológicos (Coppetec) e profissionais especializados em análise de acidentes de tráfego e geotecnia. Longe de ser um desfecho, o laudo representa o início de mais um capítulo na busca da ALL pelo aumento da segurança em suas operações.

Desde o início de 2014, a ALL trabalha no mapeamento de todos os trechos que atravessam regiões urbanas com o mesmo potencial de risco descoberto em São José do Rio Preto. Terminada essa etapa do trabalho, ainda no segundo trimestre do ano, a companhia deve dividir com as prefeituras dos municípios em questão um plano de ação preventivo, envolvendo ações de drenagem em áreas sujeitas a encharcamento.