A complexidade do negócio da Volkswagen do Brasil requer uma ampla base de fornecedores e exige que a empresa mantenha um trabalho contínuo de desenvolvimento – o tópico cadeia de fornecimento sustentável é um dos temas relevantes para a empresa. Ao final de 2016, a base de fornecedores era composta por 3012 empresas, divididas entre fornecedores produtivos, que alimentam o ciclo de produção da Volkswagen do Brasil com o abastecimento de componentes e subconjuntos para a fabricação de motores e veículos e fornecedores de compras gerais, relacionados aos setores de máquinas, equipamentos e serviços.

Com parceiros provenientes de todos os continentes, a empresa busca priorizar a contratação de fornecedores do Brasil, desde que se mantenha assegurado o cumprimento de itens como qualidade, preço e prazos de entrega. Outro critério importante é a comprovação de que os parceiros contam com um sistema de gestão ambiental estruturado, em consonância com a ISO 14001 ou outras normas. A estratégia, que estimula o desenvolvimento da cadeia e também traz ganhos de eficiência e otimização de recursos para a própria empresa, vem ganhando força no atual movimento da gestão que trabalha para tornar a Volkswagen do Brasil ainda mais ágil, desburocratizada e competitiva.

Em 2016, do volume total de compras, 92,9% foram provenientes de fornecedores brasileiros e 7,1% de parceiros de outros países ou ainda de outras unidades do Grupo Volkswagen no mundo. O percentual é semelhante ao verificado nos dois anos anteriores – 2014 e 2015. Ao todo, foram gastos R$ 7,9 bilhões em 2016, dos quais R$ 7,3 bilhões em transações com fornecedores locais (R$ 5,1 bilhões para fornecedores produtivos e R$ 2,2 bilhões na aquisição de outros produtos e serviços).

A nova configuração que estabeleceu a Volkswagen SAM, congregando as operações industriais do Brasil e da Argentina, também é vista como uma oportunidade para aumentar as parcerias com fornecedores dos dois países.

Preceitos de sustentabilidade

O relacionamento com os fornecedores segue os requisitos do Grupo Volkswagen relativos à sustentabilidade nas relações com os parceiros comerciais, que incluem os comportamentos esperados pela empresa em questões ambientais, trabalhistas, de ética e integridade e de direitos humanos. Os requisitos se baseiam em recomendações externas, como as diretrizes da Organização Internacional do Trabalho (OIT), e em documentos internos, caso das políticas Ambiental e de Qualidade e da Declaração Volkswagen sobre Direitos Sociais. Para participar de uma cotação na empresa, por exemplo, é exigido que o fornecedor reconheça formalmente os requisitos de sustentabilidade – este processo é atualizado a cada 12 meses.

Com um trabalho constante de engajamento e para que os parceiros também possam sensibilizar sua própria cadeia de fornecimento, os tópicos foram reunidos na cartilha Melhores Práticas de Conduta e Conformidade para Parceiros de Negócios, amplamente disseminada pela empresa.

Indo além da área de Suprimentos, em 2016, a Volkswagen do Brasil lançou uma cartilha de melhores práticas para a aquisição de bens e serviços, com o objetivo de orientar os empregados de outros setores da empresa cujo escopo de trabalho prevê o envolvimento em processos de contratação de fornecedores.

Avaliação de impactos [GRI G4-EN32, GRI G4-EN33, GRI G4-LA15, GRI G4-HR5 e GRI G4-HR6]

A Volkswagen do Brasil realizou avaliação de impactos ambientais com 95 parceiros de negócio em 2016. O processo, que inclui análise prévia de documentos, auditorias in loco e posterior definição de planos de desenvolvimento, identificou 36 fornecedores com algum risco ambiental decorrente de suas atividades. Desses, a empresa observou avanços em 91,67%, após a estruturação dos respectivos planos de melhoria em 33 parceiros.

Todos os fornecedores cadastrados foram avaliados em 100% dos critérios ambientais. O processo não permite a nenhum fornecedor ser cadastrado sem responder o questionário e ser aprovado. Em 2015, dos 963 fornecedores que solicitaram cadastro, apenas 312 atenderam aos requisitos do questionário de sustentabilidade e foram cadastrados (32,4%). Em 2016, foram 874 solicitações de cadastro e 467 fornecedores atenderam os critérios ambientais do questionário e foram cadastrados (53,43%).

Assim como nos anos anteriores, não foram identificados riscos reais ou potenciais de trabalho infantil, de trabalho análogo ao escravo ou de descumprimento à legislação trabalhista na base de fornecedores da empresa em 2016. Uma das principais metas estabelecidas para 2017 pela Vice-Presidência de Suprimentos prevê o aumento do número de fornecedores alvos de treinamentos e de auditorias e que terão de reconhecer formalmente os requisitos de sustentabilidade da Volkswagen.

Rescisão contratual após interrupção de fornecimento

Em 2016, as operações das unidades da Volkswagen do Brasil em São Bernardo do Campo (fábrica Anchieta) e Taubaté, ambas no Estado de São Paulo, e de São José dos Pinhais, no Paraná, foram paralisadas por mais de 160 dias, após a interrupção de fornecimento de bancos e de peças estampadas. A falta dessas peças gerou perda de produção de cerca de 150 mil veículos.

Rescindir os contratos e recorrer à Justiça para reaver os ferramentais de sua propriedade foi a última alternativa da Volkswagen, após o descumprimento de 11 acordos comerciais estabelecidos com o fornecedor desde março de 2015, quando tiveram início as interrupções de fornecimento.

A Volkswagen trabalhou fortemente focada para restabelecer o ritmo normal de sua produção, possibilitando a retomada do funcionanmento de toda a cadeia produtiva e a tranquilidade dos mais de 100 mil trabalhadores das empresas fornecedoras, subfornecedoras, da sua Rede de Concessionários e de seus clientes, além dos cerca de 16 mil empregados da Volkswagen do Brasil.